A preocupação com o meio ambiente está cada vez mais presente em tudo o que fazemos, vemos, consumimos. Na moda, por exemplo, tem-se tentado criar um mundo mais sustentável, com o uso de materiais que não prejudicam o planeta e um incentivo a uma redução no consumo abusivo ou doentio.

Quem se quis juntar à luta pelo meio ambiente foi o estilista Júlio Torcato que, no primeiro dia de Portugal Fashion, apresentou as suas propostas para a próxima estação. A apresentação teve direito a performance de vídeo e áudio, mas foram as peças que mais saltaram à vista.

Com a extinção de espécies, atividades descontroladas, como a caça e a pesca, a desflorestação ou o aquecimento global como pano de fundo, as peças refletiram a posição do designer quanto aos mais graves problemas ambientais. A coleção outono/inverno foi uma chamada de atenção simbólica para estes problemas que não parecem ter fim.

Crítica. Gonçalo Peixoto desenha outono/inverno em tons de cor de laranja e roxo
Crítica. Gonçalo Peixoto desenha outono/inverno em tons de cor de laranja e roxo
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Com apenas dez peças se fez a coleção de homem e mulher onde os tons da natureza predominaram. Os verdes e pretos, o azul elétrico e o verde musgo, o bordeaxu e o cinza foram as cores escolhidas para dar vida aos problemas de sustentabilidade do planeta. As silhuetas tanto fluíam entre designs mais largos e descontraídos e designs mais delgados (como por exemplo, o elegante vestido cinzento).

Na ótica da preocupação ambiental, os materiais mais amigos do ambiente não foram esquecidos. Ecopele e poliéster reciclado faziam parte, assim como lãs e malhas.

Um dos momentos altos foi o encerramento do desfile que contou com a presença da empresária Raquel Prates, amiga de Júlio Torcato. O longo vestido metalizado com uma silhueta mais descontraída foi a cereja no topo do bolo numa coleção com poucas mas memoráveis peças.