Em janeiro foi anunciado que Portugal quer acolher o Europride, o maior evento LGBTI da Europa. No final de fevereiro soubemos que somos o destino mais hospitaleiro para a comunidade LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e intersexo), dividindo esse primeiro lugar com o Canadá e a Suécia, segundo o índice do Spartacus International Gay Guide. 

Este caminho feito em direção à igualdade ganha nova força esta semana, com a assinatura de um acordo de cooperação entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Junta de Freguesia de Arroios que formaliza a criação de uma Casa da Diversidade, da qual faz parte o primeiro Centro Municipal LGBTI.

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O Mercado de Culturas — um espaço dedicado a eventos culturais, desportivos e de índole social, inserido no Mercado do Forno do Tijolo, em Arroios — vai ganhar dois novos polos. O Centro Municipal para a Interculturalidade e o Centro Municipal LGBTI. O primeiro, explica à MAGG Margarida Martins, presidente da junta de Arroios, "vem dar resposta a uma freguesia que conta com pessoas de 92 nacionalidades". O espaço vai servir como um centro de apoio a todas as associações da freguesia, "que são imensas", lembra a autarca, e que muitas vezes não têm um espaço para trabalhar. Delas fazem parte associações de moradores, associações ligadas às artes e também aquelas de apoio a sem-abrigo.

Já o Centro Municipal LGBTI vai servir como escritório de atendimento a todos os membros da comunidade. "Um pouco à semelhança do que acontecia na Abraço, por exemplo", lembra Margarida Martins, que foi durante anos presidente desta associação de apoio a pessoas com VIH/SIDA. "Vai ser um espaço onde as pessoas se podem encontrar, conversar e até para organizarem eventos, marchas e desfiles que estejam previstos", reforça a presidente da junta.

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O Centro Municipal LGBTI será o primeiro espaço para as pessoas LGBTI a funcionar em espaços de partilha, com uma rede de serviços de informação e atendimento específicos para vítimas de discriminação e violência com base na orientação sexual e/ou identidade de género.

Margarida Martins, sem se comprometer com prazos, acredita que, tendo em conta a assinatura do acordo entre a câmara e a junta, o centro deve abrir ao público dentro de ano e meio, ou seja, no verão do próximo ano.