Boeing 737/800 MAX é o nome do modelo de avião que se despenhou este domingo, 10 de março. O aparelho, que voava pela Ethiopian Airlines com destino a Nairóbi, no Quénia, só esteve seis minutos no ar. Nenhum dos 149 passageiros e oito membros da tripulação sobreviveu.

Este é segundo incidente com o mesmo modelo de avião depois de, a 29 outubro de 2018, desta vez ao serviço da companhia Lion Air, ter caído no mar de Java e provocado a morte de 189 pessoas. Em causa estaria um problema no controlo do sistema automático de segurança do aparelho que o terá obrigado a perder altitude.

Sabe-se agora que os problemas relativos a este modelo já tinham sido reportados muito antes do primeiro acidente. Segundo escreve a revista "ETurboNews", no voo anterior ao que caiu no mar de Java, um dos pilotos reportou um alerta "pan-pan".

Este é um sistema internacional de alerta, abaixo do grau de urgência do alerta "Mayday", que especifica que alguém a bordo de um barco ou um avião se deparou com uma situação urgente, ainda que, no momento de alerta, não apresente um risco imediato para si ou para a integridade do equipamento.

Segundo a mesma publicação, a Lion Air terá encontrado pelo menos seis problemas no avião desde o final de outubro — incluído erros na velocidade no ar e na informação de altitude apresentada nos ecrãs.

Depois do primeiro acidente a companhia área indónesia cancelou a encomenda de 19 mil milhões de euros à Boeing por mais modelos 737/800 MAX mas terá sido dissuadida a não quebrar o contrato.

Apesar de tudo, a Boeing já declarou que o modelo de avião, lançado em 2016 para substituir os antigos 737, é um dos mais mais seguros e garante estar atenta a todos os desenvolvimentos.

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Em declarações à MAGG, José Correia Guedes, antigo comandante da TAP, diz que é muito cedo para tecer qualquer tipo de julgamentos, mas não nega a seriedade dos problemas que possam existir com os novos modelos da Boeing.

"O que se passa com os Boeing 737/800 MAX é demasiado sério para que quem quer que seja faça, por agora, qualquer tipo de especulação. Parece que não, mas esta frase diz tudo", defende.

A marca fabricante destes aviões já reagiu ao mais recente acidente e diz estar a monitorizar de perto a situação. No entanto, a indústria da aviação está alerta, a julgar pela quantidade de companhias aéreas que têm ou já encomendaram os modelos 737/800 MAX, como é o caso da Ryanair.

Mostramos-lhe a lista completa de modelos já em funcionamento ou encomendados.

  • Southwest Airlines: 250
  • GECAS: 150
  • Ryanair: 30
  • FlyDubai: 131
  • Jet Airways: 125
  • Vet Jet Air: 120
  • Spice Jet: 116
  • Norwegian Air Shuttle: 110
  • Gol Transportes Aereos: 105
  • American Airlines; 100
  • SMBC Aviation Capital: 91
  • AerCap: 85
  • BOC Aviation: 77
  • Aviation Capital Group: 70
  • China Development Bank: 68
  • Avolon: 65
  • Turkish Airlines: 65
  • TUI Group: 54
  • China Southern Airlines: 50
  • Garuda Indonesia: 50
  • ALAFCO: 40
  • Jeju Air: 40
  • Silk Air: 37
  • Ethiopian Airlines: 30
  • Jackson Square Aviation: 30
  • Korean Air: 30
  • Virgin Australia: 30
  • Air Europa: 20
  • Goshwak Aviation: 20
  • Oman Air: 20
  • Westjet: 20
  • Donghai Airlines: 15
  • Malaysia Airlines: 15
  • SunExpress: 15
  • Air China: 14
  • Air Lease Corporation: 14
  • China Eastern Airlines 13
  • Aerolinas Argentinas: 11
  • Aeromexico: 11
  • Air Peace
  • Japan Investment Advisor: 10
  • Lion Air: 10
  • Xiamen Air: 9
  • Comair: 8
  • Smartwings: 8
  • Blue Ar: 6
  • Nok Air: 6
  • Shandong Airlines: 6
  • Fiji Airways: 5
  • Qatar Airways: 5
  • Shenzhen Airlines: 5
  • TAROM: 5
  • Air Niugini: 4
  • Royal Air Maroc: 4
  • Hainan Airlines: 3
  • Icelandair: 3
  • Business Jet: 2
  • Enter Air: 2
  • SkyUp Airlines: 2
  • 9 Air: 1
  • Mauritania Airlines International : 1
  • SCAT Airlines 1