O lugar das planta é no quintal ou no jardim, certo? Errado. Apesar dos espaços pequenos e com luz artificial não serem apropriados para todas as espécies e tamanhos de plantas, é possível utilizá-las para decorar qualquer canto da nossa casa. A procura de decoração com plantas tem crescido, em particular entre os  que nasceram entre 1980 e aproximadamente 2000. Além de darem um toque criativo, ter plantas também traz benefícios para a saúde e para o bem-estar.

Segundo o "New York Post", os millennials até podem ter a reputação de fugir a compromissos, no entanto parece que não têm problema nenhum em investir em plantas. Para alguns, é uma forma de preencherem o vazio das suas vidas.

Nick Cutsumpas, 26 anos, intitula-se como "papá das plantas" e transformou a sua paixão pela agricultura num negócio. Não é fácil fazer um jardim crescer, ou escolher a planta adequada ao nosso ambiente, portanto toda a ajuda é bem-vinda. No caso deste jovem, por 260€ (média do que ganha por trabalho) podem contar com o apoio de um profissional.

Em entrevista, o jovem explica que os proprietários novatos de plantas ainda precisam de orientação: “Algumas pessoas querem que eu vá comprar as plantas para elas. Para outros, é como escolher um vestido de noiva", diz.

Cutsumpas tem uma conta de Instagram repleta de plantas, que conta com 10,8 mil seguidores. O jovem vê as plantas como um “passo de transição em direção a compromissos maiores".

Nick Cutsumpas intitula-se como 'o papá das plantas'

Há quem procure as plantas como um elemento de design, em vez de posters ou arte. Um consultor financeiro que trabalha a partir de casa, Sean Valentine, queria que o seu apartamento tivesse "alguma vida", e contratou Maryah Greene, 23, que também trabalha como consultora de plantas.

"Fiquei conhecida como a miúda louca que está sempre a arranjar as plantas de alguém", diz Greene, que publica conselhos no Instagram sobre a escolha de flora com baixo nível de compromisso e o tratamento de folhas amareladas. A sua conta rendeu-lhe cerca de 20 clientes no ano passado.

Maryah Greene trabalha como consultora de plantas

Maryah Greene atribui o boom desta procura de plantas, em parte, às redes sociais, e à “forma como partilhamos os nossos espaços e as nossas atividades diárias”.

Eliza Blank, 33 anos, fundadora de uma loja de plantas The Sill, em Manhattan, Estados Unidos, compara as plantas ao famoso brinquedo digital dos anos 90 em forma de ovo, o Tamagotchi. "Nós somos a geração Tamagotchi; é algo fofo de cuidar e de baixo risco".

Os vasos de plantas variam de 20 a 58€. A Sill comercializa uma coleção “fácil para iniciantes”, que pode ser enviada para casa por 31€ por mês, e oferece aulas online para iniciantes, como “Regar 101” e “Como Escolher um Plantador” online, por cerca de 9€.

Eliza Blank é fundadora da loja de plantas, The Sill

Blank diz que "as pessoas estão a comprar plantas para preencher um vazio nas suas vidas". Desde 2017, a mulher já conseguiu cerca de 6,6 milhões de euros em financiamento para a The Sill, sendo que está a aumentar o negócio com uma nova loja em Los Angeles. "Não estamos aqui apenas para fazer transações com os nossos clientes. Estamos aqui para ensiná-los, educá-los, criar um relacionamento com eles — fornecer-lhes as ferramentas de que precisam para ter uma relação com suas plantas, de maneira a preencherem o que quer que seja esse vazio".

Mas não são apenas casas e apartamentos que se destacam nesta onda verde. Restaurantes, lojas e passarelas estão a valorizar as plantas como forma de moda e design.

Marcas como a Nike, a Umbro e a Foot Locker escolheram Olivia Rose, proprietária do estúdio de design de plantas Bodega Rose, para decorar espaços e dar vida às suas campanhas publicitárias. Rose fornece peças exclusivas para grandes marcas e eventos da moda, como festas no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

Uma das peças modernas de Olivia Rose

Rose pensa em si mesma “como uma estrela do rock das plantas", e prioriza o "elemento de entretenimento" do seu trabalho, acrescentando que sabe que está a lidar com um público mais ligado às redes sociais.

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