"Tens mesmo cara de Joana", "Não tens nada cara de Paulo", "Ai tudo menos Tiago, os Tiagos são os piores". Frases como estas são comuns e, ainda que ditas sem qualquer base científica, revelam que, no senso comum, as pessoas tendem a fazer uma ligação direta entre o nome próprio, a aparência e até alguns traços de personalidade.

Foi a pensar nisso que a "My Nametags", uma empresa britânica que fabrica etiquetas de identificação, realizou um inquérito para perceber quais são os estereótipos ligados aos nossos nomes próprios.

"Diz-me como te chamas, dir-te-ei como és" é o nome do estudo, que revela que tipo de associação as pessoas fazem entre os nomes e as respetivas personalidades. O inquérito foi feito a 1117 portugueses e incidiu apenas nos seis nomes mais comuns no nosso País ­­— Maria, Leonor, Matilde, Afonso, Tiago e João.

Para a análise dos resultados, a empresa contou com a ajuda da psicóloga clínica e investigadora Linda Blair que explica o porquê existirem estereótipos. "São geralmente baseados em indivíduos como figuras públicas e também em personagens fictícias de livros ou filmes. Ou seja raramente se baseiam em pessoas do dia a dia. Aliando isso ao facto de que cada um de nós possui características totalmente diferentes, muitas vezes contraditórias dependendo da situação, esses estereótipos têm pouca relação com as pessoas que conhecemos", explica.

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A especialista usou o método Big Five, utilizado pelos psicólogos para definir a personalidade humana baseada em cinco pontos: abertura à experiência (imaginativo e pensamento independente), conscienciosidade (sensibilidade), extroversão (sociabilidade e assertividade), amabilidade (merecedor de confiança, cooperante) e neuroticismo (ansiedade e depressão). O questionário pedia a cada um dos sujeitos que se descrevesse a partir do seu próprio ponto de vista, bem como do ponto de vista dos seus amigos e familiares, para se obter uma perspetiva aproximada da sua personalidade.

De acordo com a "My Nametags", apenas cerca de 30% das pessoas testadas evidenciaram as características que era esperado terem. "Os testes revelaram que a maioria das pessoas tem uma série de traços de personalidade contraditórios. Por exemplo, durante o teste houve indivíduos que se descreveram a eles próprios como organizados e desorganizados, dependendo da situação. Isso torna a tarefa de categorizar os indivíduos de acordo com um estereótipo, especialmente com base no seu primeiro nome", disse a psicóloga. Não há, por isso, uma lista única de qualidades que possa ser usada para descrever qualquer um dos nomes com precisão. "Por essa razão, é difícil dizer 'comporta-se como um João' e não devemos ser tentados a fazer julgamentos sobre pessoas baseadas apenas nos seus nomes, porque certamente vamos ser induzidos em erro".

Ainda assim, deixamos aqui os estereótipos que os portugueses têm em relação aos nomes mais comuns. Identifica-se?

Maria ­­— amável e organizada, mas também arrogante e difícil de confiar

O inquérito concluiu que as Marias podem ser vistas como um pouco distantes e até arrogantes pela sua elevada autoconfiança e, portanto, são pessoas em que é difícil de confiar. Foram ainda consideradas pessoas pouco argumentativas, pouco assertivas, pouco energéticas e com falta de espírito de inovação. Por outro lado, as Marias foram caracterizadas como sendo amáveis, sociáveis, curiosas, disciplinadas e organizadas.

As Marias foram consideradas pouco argumentativas, pouco assertivas, pouco energéticas e com falta de espírito de inovação

João ­­— líder nato e comunicativo, mas desorganizado

De acordo com os entrevistados, os homens de nome próprio João são desorganizados. Ainda assim, são prestáveis, gostam de trabalhar em equipa e são comunicativos. O João é um líder nato, é curioso e o seu entusiasmo e o espírito aventureiro levam a que seja bem-sucedido naquilo a que se propõe.

Matilde — bem-disposta e despreocupada

As respostas revelam que as pessoas com o nome próprio Matilde têm uma grande autoconfiança, são despreocupadas, amigáveis e estão sempre bem dispostas. São sociáveis, comunicativas e curiosas. É entusiasmante, amável e com quem é agradável partilhar bons momentos.

Afonso — ninguém o cala numa discussão

Os participantes do estudo associam o nome Afonso a alguém calmo e pouco extrovertido e, às vezes, um pouco mente fechada. O Afonso tem sempre um argumento a mais para uma discussão, é assertivo e consegue realizar o que deseja, graças à sua disciplina e autoconfiança. É amigável e sociável.

Leonor ­­— não passa despercebida

Carismática, amável, confiante, argumentativa, comunicativa e amigável. É assim que as mulheres cujo nome próprio é Leonor são descritas. É alguém curioso, organizado e bem-sucedido. No entanto, não é uma pessoa inovadora. Onde quer que vá, não passa despercebida.

Os Afonsos têm sempre um argumento a mais para uma discussão, são assertivos e conseguem realizar o que desejam

Tiago ­­— insensíveis e frios, mas de confiança

Os Tiagos gostam de ajudar, são prestáveis, comunicativos, organizados, disciplinados e nunca dizem que não a uma boa aventura. Os homens de nome Tiago são confiáveis e possuem auto-confiança. Contudo, de todos os nomes analisados, as pessoas com o nome Tiago foram consideradas as mais frias e os mais insensíveis.

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