Muitos de nós não gostam de uma variedade de insetos por diversas razões. No entanto, eles são imprescindíveis para o bom funcionamentos de vários ecossistemas da natureza. Um estudo deixa um alerta em relação à extinção da entomofauna, isto é, da fauna dos insetos.

Segundo a investigação, que vai ser publicada na íntegra pela revista Biological Conservation em abril, mais de 40% das espécies de insetos estão em vias de extinção nas próximas décadas. Segundo o jornal "The Guardian", "a taxa de extinção é oito vezes mais rápida do que a dos mamíferos, aves e répteis".

A classe dos escaravelhos, o grupo Hymenoptera (onde se incluem os besouros, as vespas, as abelhas e as formigas), bem como a ordem Lepidoptera (da qual fazem parte as borboletas e as traças) são os mais afetados no que diz respeito aos ecossistemas terrestres. Quanto aos ecossistemas aquáticos, o grupo Odonata (libelinhas) ou a ordem Trichoptera (larvas aquáticas) são as espécies mais afetadas e que também já perderam um número considerável. Borboletas, traças e abelhas estão entre as mais atingidas, onde já se assiste a uma diminuição generalizada destas espécies.

O estudo é perentório: em todo o mundo, a biodiversidade dos insetos está ameaçada. Poluentes agroquímicos, espécies invasoras, urbanização, mudanças climáticas — nomeadamente o aumento das temperaturas — e a agricultura intensiva são os principais responsáveis, com principal destaque para o elevado uso de pesticidas e da perda de habitat para a agricultura intensiva. Já as mudanças climáticas assumem particular importância nas regiões tropicais.

"Se as perdas de espécies de insetos não puderem ser interrompidas, isso terá consequências catastróficas tanto para os ecossistemas do planeta como para a sobrevivência da humanidade", afirmou Francisco Sánchez-Bayo, da Universidade de Sidney, um dos autores do estudo, ao "The Guardian".

"Repensar as práticas agrícolas atuais, em particular uma séria redução no uso de pesticidas e a sua substituição por práticas mais sustentáveis, baseadas na ecologia, são urgentes para retardar ou reverter as tendências atuais, permitir a recuperação de populações de insetos em declínio e salvaguardar os ecossistemas vitais", pode ler-se no estudo.

De acordo com o "The Guardian", há uma taxa de perda anual de 2,5% nos últimos 30 anos. “É muito rápido. Em dez anos haverá menos um quarto [de insetos], em 50 anos apenas metade e em 100 anos não haverá nenhum”, referiu Francisco Sánchez-Bayo.

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A perda de insetos retratada no estudo também vai ter impacto na cadeia alimentar de outros grupos de animais como répteis, anfíbios, peixes e pássaros. "Se essa fonte de alimento desaparecer, todos estes animais morrem de fome", disse.

Ainda assim, há um pequeno número de "espécies adaptáveis" (como é o caso da abelha comum), que têm aumentado de número, mas que não são capazes de compensar as perdas.

A investigação teve por base uma seleção dos melhores 73 estudos elaborados até hoje acerca do declínio dos insetos e a maioria deles foram elaborados na Europa Ocidental e nos EUA e alguns na Austrália, na China, no Brasil e na África do Sul.

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