Dizer que se passou uma infância sem pôr os pés no Portugal dos Pequenitos é o mesmo que ter crescido sem ver "O Rei Leão". Até pode vir a tornar-se um adulto capaz, mas faltarão ali bases que, mais cedo ou mais tarde na vida, vão fazer falta. Afinal, nada como, aos 5 anos, perceber que se pode ir de Trás-os-Montes ao Algarve sem, na verdade, sair de Coimbra.

Inaugurado em 1940, por iniciativa do professor Bissaya Barreto, o Portugal dos Pequenitos pouco se modernizou ao longo dos anos e chegou a ser visto por muitos como uma herança de um Portugal salazarista. Nos últimos anos, isto tem mudado com a vontade de transformar o projeto num parque moderno, com novos edifícios que sejam mais reveladores do Portugal atual.

Esta quarta-feira, 2 de janeiro, o "Diário de Notícias" avança que, das obras previstas para este ano, faz parte a construção de edifícios como o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, ou a Casa da Música, no Porto.

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Além disso, o parque vai sofrer obras que vão mudar a entrada principal e a bilheteira para o extremo oposto da atual. Haverá também uma sala para festas, uma área de patinagem, uma loja e um espaço de restauração.

Segundo o jornal, o projeto deu entrada na Câmara Municipal de Coimbra em dezembro e tudo aponta para que as obras comecem em 2019.

Recorde-se que, em 2015, quando o parque temático comemorou 75 anos, foi inaugurada uma casinha de xisto, que evoca as aldeias da serra da Lousã, e uma peça de Joana Vasconcelos, A Casa de Chá. Foi nessa altura que se falou, pela primeira vez, da ideia de replicar edifícios portugueses pós-década de 1960, altura da última intervenção no Portugal dos Pequenitos.

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Esta aposta na modernização acompanha o aumento do interesse dos portugueses pelo espaço. Em 2017, o Portugal dos Pequenitos registou 273 mil visitantes, depois de anos de quebra nas visitas. Em 2014, por exemplo, as visitas não ultrapassaram as 228 mil, quando em 2005 esse número chegou às 283 mil.