Abomino espaços fechados. Está feita a confissão, é um dos meus ódios pessoais, não há nada que me irrite mais numa casa do que cortinados, estores corridos e janelas minúsculas. Se não fosse o sol nascer demasiado cedo em comparação com os meus horários pessoais, o estore nunca seria corrido. Nunca. Há lá algo mais maravilhoso do que adormecer com a luz do luar?

Descobri o quarto perfeito para pessoas como eu. Chama-se Ana Salazar (foi mesmo decorado pela estilista) e fica no Farol Hotel, um hotel de cinco estrelas implantado nas falésias de Cascais. Literalmente em cima do Atlântico, o espaço tem apenas 33 quartos — mantém-se uma aura intimista, portanto —, muitos com varanda ou terraço com jardim.

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O meu não tinha nada disso, mas também não tive como reclamar — com duas paredes com vidros do chão até ao teto, os primeiros cinco minutos foram passados a tirar fotos e a fazer vídeos. A sensação era de estar literalmente em cima do mar — sobretudo quando as janelas estavam abertas.

Foi difícil querer sair daqui. Além da vista, gostei particularmente da decoração, onde não faltavam imensos espelhos para dar a sensação de que o quarto era maior, da poltrona (tão confortável) e do chuveiro. Paremos um pouco para falar deste chuveiro. Que senhor chuveiro: com uma coluna de duche de massagem, a água caía de tantas formas diferentes que os primeiros 15 minutos foram passados só a brincar com as torneiras.

Em dezembro, o Farol Hotel tem um programa romântico com preços mais acessíveis. O pacote inclui duas noites num quarto duplo com vista para o mar, pequeno-almoço, espumante e morangos com chocolate, estacionamento, uso de bicicletas para um passeio e late check-out mediante disponibilidade. Custa 210€.

Não há muitas coisas para fazer no hotel no inverno. Quando o tempo está bom para mergulhos, os hóspedes ainda podem repartir o tempo no quarto com a piscina exterior (que, já agora, é uma pena não estar mais próxima do mar). Não foi claramente o meu caso mas, confesso, não cheguei a sentir-me aborrecida. Tive tempo para desfrutar de um chocolate quente no bar e de perder a noção das horas só a olhar para as ondas do mar.

Sim, para já ainda não há muita coisa para fazer no Farol Hotel — isto mudará no próximo ano, quando a discoteca Coconuts ganhar nova vida —, mas isso não o torna menos perfeito. Tão pertinho de Lisboa, mesmo ao lado da marina e da Boca do Inferno, o hotel é ideal para uma escapadinha a dois. Além das possibilidades de passeio, todos os quartos são românticos e a vista sensacional.

Vamos falar de comida? É que não consigo esquecer os gunkans e as gaufres

Tornei-me numa autêntica esquisitinha no que diz respeito ao sushi. Longe vão os tempos em que me contentava com um menu all you can eat de 10,99€, onde além do sushi havia comida chinesa. Digo isto desta forma saudosista porque, bem, era melhor para a minha carteira.

Agora já não é assim: cada vez mais adepta do sushi de fusão, o peixe quer-se a desfazer-se na boca de tão fresco e as peças originais — sempre originais. Pois bem, o restaurante Sushi Design não desiludiu.

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Pedimos um combinado com sugestões do chef (os preços variam entre 27€ e 35€ por pessoa), e todas as peças estavam maravilhosas. No caso dos gunkans, a palavra a aplicar é divinal.

Além do restaurante de sushi, o Farol Hotel tem ainda o restaurante The Mix, de comida mediterrânica. Como adepta de sushi que sou fiquei-me apenas por uma entrada, mais precisamente a bruschetta de presunto Pata Negra, queijo Brie e figos caramelizados (19€). Torci o nariz ao preço, calei-me quando dei a primeira garfada. Delicioso.

E para terminar o tema da comida, o pequeno-almoço. Gostei da variedade e da qualidade dos produtos, mas há duas coisas que tenho mesmo de realçar. Em primeiro lugar, acho que nunca tinha encontrado um hotel que servisse gaufres tão boas. Bem, um hotel ou uma cafetaria, não é um problema exclusivo dos hotéis.

No Ano Novo, o Farol Hotel vai ter um programa inspirado em “Mamma Mia”. A festa com cocktail, jantar de gala e ceia fica por 210€ por pessoa. A 1 de janeiro, há um brinco das 12 às 15h30 por 75€.

As verdadeiras gaufres comem-se sem topping. Quando são efetivamente boas, colocar-lhe algo por cima é apenas estragar o seu sabor. Infelizmente isso é difícil de encontrar, e nas falsas uma boa Nutella é a única coisa que as salva. Fica a dica: aqui não é preciso entrar em falsidades, pode ir à confiança. As gaufres são tão boas como as que se comem na Bélgica.

Disse que havia duas coisas a realçar no pequeno-almoço — as gaufres foram a primeira, a segunda foram os ovos escalfados em cima da torrada. Quantas e quantas vezes aqueles ovos estão demasiado cozidos? Eu diria que acontece 99% das vezes. Neste caso não foi assim, e a gema de ovo deslizou suavemente pelo pão. No ponto.

Consoante a época e a tipologia, os preços por noite variam entre 150€ e 480€, com pequeno-almoço incluido.

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