Minha querida Ângela,

Quem diria? Há precisamente um ano abraçavas-me porque lancei um livro em homenagem à minha mãe, agora foste tu que partiste por incompetência de quem tudo deveria ter feito para que ficasses.

Com que direito?

Sei que os médicos estão exaustos, gastos e muitas das vezes, também eles, a disfarçar fraquezas em doses de cafeína e antidepressivos. Mas a tua vida estava apenas nas mãos deles e não nos podiam ter falhado assim, não até este ponto, não desta maneira.

Não te podiam ter levado de nós por sono, greves, ou o raio que os parta.

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Por muito que tente ver esta situação com humanidade, foram eles que escolheram salvar vidas, foste tu que entraste com um “estado clínico reservado, mas contornável” e fomos todos nós que acreditámos até ao fim, porque eles nos fizeram acreditar.

Até quando é que a negligência médica será justificada com exames que desaparecem por Deus nosso senhor? Até quando é que temos que nos habituar a lidar com a morte, como se de um autocarro perdido se tratasse?

Quero que se lixem os moralismos de lana-caprina, os regulamentos internos dos hospitais com que cobardemente se escondem e se defendem uns aos outros. Existem nomes, caras e pessoas que têm e devem ser punidas.

A lei que os proteja, que acabe com os turnos monstros de doze e quinze horas. Mas se escolheram salvar vidas, que não as deixem morrer.

Sabes? A Ana está a ser uma guerreira, com o Manuel editou um livro, onde constam cada uma das tuas melhores fotografias. Será assim que ela juntará dinheiro para poder, perante a justiça fraca que temos, conseguir defender-te. Sim, é maravilhosa a este ponto. Todos os dias a vejo a fazer alguma coisa que te honraria. Que filha, caramba, que filha!

Fica descansada, ninguém quer que nada de mal aconteça a esse médico que foi incompetente no momento em que te operou, queremos apenas ter a certeza que ele vai parar. Há demasiadas pessoas boas que têm o direito a viver e ele claramente que precisa de ir descansar.

Até já, caçula.

Mostra a todas as mulheres a força que te caracteriza, aposto que continuas por aí a brilhar.

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