Há restaurantes a servir apenas pratos feitos com abacate, fruta que passou a ser motivo de estampagem de vestidos e camisolas e sem a qual já ninguém imagina uma mesa de brunch.

É uma boa fonte de gordura e é tão versátil que dele podem sair coisas como mousses de chocolate, gelados ou patês.

Não admira por isso que, de repente, o consumo de abacate tenha crescido exponencialmente em todo o mundo, ainda que poucos saibam que estamos perante uma produção muito pouco sustentável.

É por isso que, aos poucos, alguns cafés e restaurantes decidem retirar o abacate dos menus. O caso mais recente aconteceu no Reino Unido, quando o Wild Strawberry Cafe anunciou nas suas páginas de Facebook e Instagram que, a partir de agora, deixariam de servir abacate, mas não sem antes explicar porquê.

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"A obsessão do mundo ocidental pelo abacate levou a um procura sem precedentes, aumentando os preços de tal forma que existem verdadeiros cartéis a controlar as exportações. De tal forma que as florestas estão a ser reduzidas para dar lugar a plantações de abacate", escreveu nas redes sociais. No México, o maior produtor de abacate – o país garante 33% da produção mundial —, vive-se uma verdadeira guerra entre cartéis por causa do já apelidado "ouro verde".

Além disso, o café, que sempre defendeu um consumo de proximidade, garante que um produto local tem muito mais sabor do que um que venha do outro lado do mundo. Admitem que continuarão a usar especiarias do Médio Oriente ou queijo feta da Grécia, mas garantem que há formas saudáveis e saborosas de preparar refeições sem que tenham obrigatoriamente abacate na lista de ingredientes. "Numa altura em que as preocupações com as alterações climáticas nunca foram tão reais, transportar ingredientes em aviões desde a América do Sul ou África apenas para satisfazer caprichos ocidentais é, simplesmente, errado", acrescentam.

Este não é o primeiro espaço a banir os abacates da ementa. No início deste ano, o Tincan Coffee Co em Bristol anunciou que "servir abacates, tendo conhecimento do enorme impacto sócio-económico da produção no México, deixou de fazer sentido".

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Já o Firedog, o primeiro a chegar-se à frente nesta postura anti-abacate, decidiu retirá-los do menu em 2017, não tanto por questões éticas, mas porque simplesmente,  estavam "cansados de ver abacate em todos os menus de pequeno-almoço e lanche".

De facto, em 2016 e pela primeira vez na história, os britânicos estavam a comprar mais abacates que laranjas. E nunca é demais lembrar que a produção de abacate, que exige muita água para crescer —para um quilo são necessários cerca de 242 litros de água — levou já à desflorestação de 600 a 1000 hectares de bosque no México, a cada ano.

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