Cristiane Machado, atriz brasileira de várias novelas da Globo, e Sérgio Schiller Thompson Flores, empresário, conheceram-se em março de 2017. Em maio do mesmo ano começaram a namorar. O pedido de casamento surgiu em agosto e o casamento civil deu-se em novembro. Cinco meses depois, casaram-se pela igreja. Parecia uma história de amor como tantas outras, mas, segundo a reportagem que passou este domingo, 18 de novembro, no programa de televisão da Globo "Fantástico", as coisas estavam longe de estar bem.

"Ele era extremamente amoroso, cuidadoso. Eu tinha encontrado o amor da minha vida. Ele era o meu príncipe", diz na reportagem.

Depois de vários meses a ser agredida, a atriz instalou câmaras escondidas no quarto do casal, no Rio de Janeiro, que provam que ela era vítima de violência doméstica. Filmagens com o telemóvel também dão conta do mesmo. De acordo com o seu depoimento, as agressões começaram logo após o casamento civil, num dia em que ele chegou "stressado do trabalho".

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A violência começou por ser psicológica. "Começa muito subtil (...) com empurrão, ou às vezes uma palavra grosseira", diz Cristiane em entrevista. "Ele me diminuía, me chamava de burra. Eu não podia mais ter senha no meu celular, ele tinha que ter acesso ao meu celular. Sempre que eu discordava dele era uma briga. Aí um dia ele chegou nervoso do trabalho, stressado, eu perguntei porque ele tava stressado e ele falou 'não quero falar com você'. E aí me deu o primeiro empurrão. Me bateu. Me deu o primeiro tapa. Na cara."

Há gravações de diferentes episódios de violência. Numas é possível ver o empresário a empurrar a atriz, a tirar-lhe os sapatos, a bater-lhe e ameaçá-la com um cinto. Noutras, que são anteriores, é possível ver Sérgio a partir a casa. Sobre este momento (que acontece antes de casarem pela igreja) a atriz diz: "Foi uma madrugada inteira. Eu várias vezes tentando ir embora, 'Sergio, deixa eu ir embora, eu quero dormir na minha mãe, deixa eu ir embora, por favor."

É depois deste descontrolo que a atriz chama a polícia e o marido é preso. Depois de pagar uma fiança, foi posto em liberdade, apesar de ter sido proibido de se aproximar da mulher, que tinha ido para casa da mãe.

Depois desta noite que Cristiane descreve "de terror", o empresário procurou-a e pediu-lhe desculpa. "Eu fui para casa da minha mãe e fiquei na casa da minha mãe quando ele me procurou, os filhos dele me procuraram para agente ter uma conversa. (...) E aí ele ajoelhou na rua dizendo que eu era o amor da vida dele", conta Cristiane. "Pediu desculpa na frente dos filhos. Disse 'todo mundo já sabe que eu estou errado'. E eu acabei perdoando."

E o casamento religioso aconteceu. As agressões não cessaram. Pelo contrário: tornaram-se mais violentas, com ameaças de morte, utilização de facas, um fio de telefone e um cinto. A divulgação das gravações, a segunda denúncia e divulgação das imagens acontecem na sequência disto.

"Foi decretada a prisão preventiva após eu ter denunciado na delegacia e agora ele está foragido", diz Cristiane. "Eu me sinto a foragida e ele a pessoa livre. Eu fico com medo de andar nas ruas. Todos os hábitos que eu imagino que ele saiba meus, pela convivência, eu estou mudando. E eu me sinto enclausurada, presa dentro dessa história."

Os advogados de Thompson-Flores negam as acusações, considerando ilegal o mandato de prisão por descumprimento de medida protetiva. Alegam ainda que o casal vivia um período harmonioso entre setembro e outubro, altura em que foram registadas as agressões mais violentas. Acusam ainda a atriz de, motivada por questões financeiras, ter editado as filmagens, afirmando que são falsas.

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