Um estudo publicado na Sleep Research Society a 5 de novembro revelou que dormir pouco pode estar associado a uma hidratação inadequada. A investigação comparou os hábitos de dormir com as análises de urina de mais de 20 mil adultos americanos e chineses e concluiu que aqueles que dormem seis horas por noite estão mais desidratados do que os que dormem oito horas.

Asher Rosinger, um dos autores do estudo, explicou que a associação entre dormir pouco e a desidratação é feita através da hormona vasopressina, segregada em caso de desidratação. "A vasopressina é libertada mais rapidamente durante o sono e, se o interromper, pode haver uma rutura na hidratação do corpo", afirmou. "Este estudo sugere que se estiver a dormir pouco e o seu corpo der sinais de sonolência ou cansaço, deve beber mais água."

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Segundo Joaquim Moita, presidente da Associação Portuguesa do Sono, os portugueses dormem cerca de seis horas por dia, baseado nos dados divulgados pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia. "Para um indivíduo entre os 18 e os 65 anos, a National Sleep Fundation recomenda que se tenha entre sete a nove horas de sono. Portanto, atendendo à média de horas sono, os portugueses dormem pouco e mal", afirma Joaquim Moita.

Sobre o estudo, o especialista, que também é diretor do Centro de Medicina do Sono no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, afirma que, apesar de ainda não ter lido a investigação, há uma associação positiva entre estes dois fatores. "Uma dieta saudável é essencial para hábitos de sono corretos e nessa dieta está incluída a ingestão de cerca de 2 a 3 litros de água por dia", explicou.

No entanto, o Presidente da Associação Portuguesa do Sono adverte para que não se ingira qualquer tipo de bebida entre duas a quatro horas antes de ir dormir. O hábito de beber chá, leite ou água antes de ir para a cama não é muito saudável, uma vez que vai incentivar uma produção de urina que lhe interrompe o sono.

Quais são as doenças do sono mais comuns em Portugal?

Joaquim Moita salienta que é importante perceber o que causa um défice no sono dos portugueses antes de chegar às soluções para noites bem dormidas. Entre as 100 doenças associadas ao sono, Joaquim Moita salientou as duas mais comuns. Em primeiro lugar, a apneia do sono, caracterizada por ruídos e interrupções na respiração, que está associada a indivíduos de meia idade, com excesso de peso e problemas cardiovasculares. Em segundo lugar, a insónia: a dificuldade em adormecer ou o acordar durante a noite são características de insónia, que pode desaparecer ao fim de algumas semanas, caso seja transitória e não crónica.

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Fora as condições biológicas que possam afetar o sono dos portugueses, Joaquim Moita adverte ainda para os maus hábitos na hora de ir para a cama. "Seja por trabalho ou por atividades familiares ou sociais, a nossa sociedade não está programada para dormir o tempo certo, mas essa não é a única problemática".

O hábito de ver televisão e de estar ao telemóvel antes de ir dormir também não é aconselhável para uma boa noite de sono. Esses aparelhos contêm luz LED, que possui radiação azul e que também está presente na luz solar, inibindo a produção de melatonina, a hormona associada ao sono, que começa a ser produzida às 21 horas e permite que por volta da meia-noite seja possível adormecer tranquilamente.

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