Há uns tempos, em conversa sobre a indústria da moda (sobre a qual, confesso, percebo muito pouco), dizia que, em Portugal, deviam apostar noutro tipo de desfiles, mais impactantes e fora da caixa. E foi assim que foi, hoje, o desfile de Nuno Gama, no segundo dia mais a sério da ModaLisboa, no Museu de Arte Antiga.

O criador comemora 25 anos de carreira e por isso, tal como era de esperar, apresentou-nos algo muito diferente. Para mim, não foi apenas um desfile de moda, mas sim um espetáculo imersivo. Assim que subi as escadas do museu, encontrei manequins espalhados pelo piso (recheado de pintura de escultura), uns sentados no parapeito das escadas, outros em pé nas várias salas existentes.

A coleção apresentada para a próxima Primavera / Verão aposta nos tons caqui, nos pássaros como padrões, em detalhes néon e em apontamentos dourados. Senti que estava a explorar as várias viagens feitas por Nuno Gama, com muitas influências internacionais.


Este desfile foi totalmente o inverso daquilo a que estamos habituados — o público parado e os modelos a desfilarem. Aqui, o oposto: era o público que se movimentava e os modelos é que estavam parados. Isso tornou este momento muito especial. Pude dirigir-me onde queria, perder mais tempo a ver as peças que mais me interessavam. Fui eu que defini o meu caminho neste desfile e, por esse motivo, também consegui ver tudo a 360 graus, prestar atenção à parte da frente e à parte de trás, algo que é muito complicado nos desfiles convencionais, em que acabo por não conseguir atentar nos detalhes porque há muitas coisas que me escapam.

Para mim, este género de desfiles devia ser uma aposta em Portugal, uma verdadeira experiência imersiva, que aliou a moda ao desenho e à performance.

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