A data do próximo casamento real aproxima-se. É já na sexta-feira, 12 de outubro, que a Princesa Eugenie — filha dos duques de Iorque, o Príncipe Andrew e a escritora Sarah Ferguson — casa com Jack Brooksbank. À semelhança do casamento de Meghan e de Harry, o acontecimento vai decorrer na St. George’s Chapel no Castelo de Windsor. A escolha do local é a raiz das polémicas que têm surgido: além do valor que esta decisão acresce à cerimónia (são mais de dois milhões de euros para garantir a segurança no local, pagos com o dinheiro dos contribuintes), os guardas estão a pedir aos sem-abrigo que desocupem as ruas, levando os seus bens, na respetiva data.

“Basicamente, eles querem as ruas limpas. Como se quisessem fazer parecer que em Windsor não há sem-abrigo." A frase, citada no "Mirror", é de James Pusey, uma das pessoas que dorme nas ruas por onde vai passar a carruagem do casamento real. Como a muitos outros nas mesmas circunstâncias, ao homem de 34 anos foi-lhe pedido que, na data da cerimónia, desocupasse aquele sítio.

“Ela nem é bem da família real. Ela fica nos bastidores, mas com todos os benefícios”, acrescenta James. “Esse dinheiro podia ser gasto em habitação. As pessoas que estão na rua e realmente vulneráveis podiam ser a prioridade.

Não é a primeira vez que as autoridades pedem aos sem-abrigo que se ausentem. Quando Harry e Meghan casaram, o processo foi o mesmo. “Pelo menos os nomes de Harry e Meghan foram vantajosos para Windsor e geraram dinheiro”, disse Sunny Kumar, 40 anos, também sem-abrigo.

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“Estas pessoas são ricas de qualquer maneira. Podiam ter pago pelos seus casamentos. Aquele dinheiro podia ser investido nos sem-abrigo ou na educação”, acrescenta Sunny.

A viver nas ruas há 14 anos, Kevin McNally, 49 anos, disse que “o passeio na carruagem podia colocar pessoas desalojadas em hostels durante meses.” E acrescentou: “Eu não sou contra a realeza, mas é uma piada o dinheiro que eles estão a gastar.”

Ao mesmo jornal inglês, um porta-voz do conselho do Royal Borought of Windsor e Maidenhead Council disse: “Nós alertámos para o facto de o casamento acontecer na sexta-feira, 12 de outubro, e, dada a vulnerabilidade deles, [os sem-abrigo] podem querer mudar de localização dentro da cidade, para sítios onde não serão impactados.”

A versão de Windsor não bate certo com aquela que foi relatada pelas pessoas que habitam as ruas: “Também estamos a providenciar locais para armazenarem as suas posses. Não vamos pedir às pessoas sem-abrigo para saírem das ruas”, disse o mesmo porta-voz. “Como em qualquer evento de grande escala, oferecemos um serviço para as pessoas mais vulneráveis ​​da comunidade no dia do casamento, em conjunto com o Windsor Homeless Project, caso não queiram participar nas comemorações. Esta é uma oferta e não um pedido. Se as pessoas ficarem felizes em permanecer, elas poderão fazê-lo.”

A segurança é um dos fatores mais dispendiosos deste casamento real, mas podia não ter sido, caso a cerimónia tivesse sido marcada na Royal Chapel of All Saints, que fica no Royal Lodge, onde vive o Prince Andrew e as filhas, no Windsor Great Park.

Se assim fosse, “não seria necessária nenhuma operação grande de segurança”, como também destacou uma fonte da realeza. “A segurança seria simples e barata porque a cerimónia iria acontecer numa propriedade real segura e não iria precisar de uma operação policial tão massiva porque não seria pública.

De acordo com a mesma fonte, também “não haveria necessidade para uma procissão de carruagem pelas ruas de Windsor”, o que pouparia a “dor de cabeça de proteção policial e os dois milhões de libras [mais de dois milhões de euros]”, gastos na cerimónia.

Adianta o “Mirror”, que esta quarta-feira, 10 de outubro, será entregue uma petição com 38 mil assinaturas contra a utilização do dinheiro dos contribuintes neste casamento real.