Uma rapariga de apenas dez anos, na Sardenha, vê-se envolvida num conflito interno ao ser obrigada a escolher entre as duas mães que tem: aquela que a criou desde sempre e a biológica que, de repente, quer a filha de volta. Esta é a história-base de "Figlia Mia", cuja história conta com a autoria e realização de Laura Bispuri ("Virgem Prometida") e que estreia em Portugal durante o festival Olhares do Mediterrâneo, depois de ter passado por vários certames de cinema um pouco por todo o mundo. Mas não é o único.

A quinta edição deste festival vem mostrar em 51 filmes o que de mais inovador se tem feito no cinema produzido e dirigido por mulheres um pouco por toda a Europa e Médio Oriente. A programação arranca já na quinta-feira, 27 de setembro, e estende-se até domingo, 30 de setembro, no Cinema São Jorge, em Lisboa. 

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Em cartaz estão também outras estreias de países como a Espanha, Turquia, França, Itália ou México. Em grande destaque está ainda o documentário "Fields of Anger", de Anne Gintzburger, que dá a conhecer a crise agrícola nas regiões da Normandia e da Bretanha, ou um dos documentários mais falados do ano, muito devido ao sítio onde foi filmado e produzido. Falamos de "Mr. Gay Syria", realizado por Ayse Toprak, que conta a história de dois refugiados sírios que assumem, sem medo ou pudor, a sua homossexualidade — que é ilegal na Síria e que geralmente é punida com prisão, violência ou até mesmo a morte.

Poderá ainda ver o filme "Antes do Fim do Verão" , de Maryam Goormaghtigh, que, na última edição do Festival de Cinema de Londres, mereceu uma menção especial do júri que o caraterizou como o melhor filme do ano.

Segundo Silvia Di Marco, membro da equipa de programação, a ideia deste projeto passou por dar visibilidade a filmes realizados por mulheres. "Se pensarmos nos realizadores mais conhecidos, a grande maioria são homens. Por isso, o que pretendemos foi criar um espaço que desse a conhecer realizadoras que, de outro modo, teriam muita dificuldade em chegar à ribalta", disse à MAGG.

Mas Silvia Di Marco admite que com o passar do tempo houve necessidade de alterar o critério de seleção dos filmes a exibir no festival. "Tivemos de o alargar para filmes que tivessem pelo menos uma mulher com um papel de relevância na equipa de um filme, até porque a nossa ideia não é excluir ninguém apesar de privilegiarmos as mulheres."

A programação paralela do festival vai englobar vários exposições, com ênfase numa reflexão sobre a situação dos migrantes bloqueados na margem sul do Mediterrâneo, bem como três workshops, uma cerimónia marroquina do chá e uma degustação de cerveja artesanal.

A programação completa está disponível para consulta no site oficial da organização e a entrada e a primeira sessão do festival começa logo às 14h30 de 27 de setembro, com a exibição do filme "Habitados". A entrada é gratuita para os filmes de abertura e de encerramento. As restantes sessões custam entre 3,50€ e 4€.