Injetar sangue de crianças e jovens pode prevenir o desenvolvimento de doenças relacionadas com a idade, demência, doenças cardiovasculares e até o cancro. A conclusão é de um estudo realizado pela Universidade de Londres, publicado a 5 de setembro na revista "Nature".

Não é a primeira vez que se fala nisto. Em 2016, a start-up americana Ambrosia recrutou cerca de 70 voluntários com mais de 35 anos, que pagaram à volta de 7 mil euros para receberem sangue de pessoas com idades compreendidas entre 16 e 25 anos.

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O que se verificou foi uma redução de 10% dos níveis de colesterol, uma redução de 20% dos níveis de um marcador tumoral (antígeno carcinoembrionário) normalmente encontrado em pessoas com cancro, e uma redução de 50% de beta-amilóides, habitualmente encontradas no cérebro de pessoas com demência. Mas há mais: dois doentes com Alzheimer terão tido uma evolução positiva.

Em abril de 2017, um estudo da Universidade de Stanford feito em ratos chegou à conclusão de que o sangue proveniente do cordão umbilical tem um efeito rejuvenescedor no cérebro, nomeadamente ao nível da memória.

Nesta nova investigação realizada pela Universidade de Londres, também com ratos, os animais mais velhos que receberam sangue novo não desenvolveram doenças que podem estar relacionadas com a idade – demência, cancro e doenças cardiovasculares. Além disso, mantiveram as suas capacidades cognitivas intactas. O mesmo não aconteceu no caso inverso: nos ratos mais novos que receberam sangue "velho", observou-se o oposto.

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Mas, segundo o Hospital de Ottawa, há alguns cuidados a ter. Um estudo publicado na revista científica JAMA em 2016, analisou o impacto do sexo e da idade do dador de sangue nos recetores, e as conclusões não foram muito animadoras. Aos recetores de sangue feminino foi associado um aumento de 8% do risco de morte por unidade recebida em comparação ao sexo masculino.

Curiosamente, este mesmo estudo comprovou que a injeção de sangue de dadores mais jovens, com idades compreendidas entre os 17 e os 20 anos, aumentou em 8% o risco de morte — apesar de poder contribuir para o não desenvolvimento de certas doenças, outras podem surgir. Portanto, parece que a ciência ainda não chegou a uma conclusão definitiva sobre todos os malefícios e benefícios de injetar sangue novo.

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