Estalou o verniz entre a comunidade de influenciadores digitais e as marcas de cosmética e beleza no mundo do YouTube. São vários os youtubers internacionais e nacionais a publicarem vídeos com o título “My Truth”, onde explicam todo o ambiente vivido na plataforma de vídeos. Desde amizades por interesse até à promoção de produtos por valores astronómicos, passando por marcas a pagarem para influenciadores digitais falarem mal da concorrência, o ambiente que se vive neste momento não é o melhor.

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Mas vamos explicar como tudo começou. O mundo dos youtubers ficou abalado quando, a 28 de agosto, a guru de beleza MarlenaStell publicou um vídeo a desmascarar a indústria de cosméticos e beleza. No mesmo dia, a mensagem tornou-se viral depois de partilhada no Instagram de Kevin James Bennet, maquilhador profissional, e vencedor de um Emmy Award.

Marlena Stell, que conta com mais de um milhão de subscritores, veio desmistificar todo o ambiente vivido por detrás das câmaras e dos vídeos aparentemente perfeitos. No vídeo “My truth reagarding the beauty community”, revela que há youtubers a criarem amizades interesseiras com outros, de modo a potenciar os seus canais. Por outras palavras, youtubers que querem ganhar seguidores e visualizações à custa de outros, para se tornaram famosos e fazerem dinheiro.

A falta de entreajuda na comunidade foi também um tópico abordado no vídeo com oito minutos e 56 segundos. Marlena esclarece que tem uma marca de maquilhagem e que pensou em sondar alguns influenciadores para que pudessem promover os seus produtos. Para além de não conseguir pagar os valores astronómicos que pedem (fala em mais de 51 mil euros por vídeo), youtubers que ajudou no início de carreira viraram-lhe as costas, agora que se tornaram conhecidos.

Kevin James Bennet apoiou a youtuber e foi ainda mais longe. O maquilhador profissional, que tem uma linha própria de maquilhagem, afirmou que existem influenciadores a serem pagos por marcas para dizerem mal da concorrência.

Bennet explicou que os managers das grandes estrelas do YouTube lhe enviaram orçamentos com os seguintes valores: 21,5 mil euros para mencionar o produto no meio de outros; 43 a 51 mil euros para uma review do produto e 64 a 73 mil euros para dizer mal da concorrência. O maquilhador repudia o comportamento e diz que é pouco profissional.

O facto de haver conteúdo pago não explícito é outro dos pontos da publicação no Instagram. Existem demasiados youtubers que não assinalam a publicidade nos seus vídeos e isso, segundo Kevin James Bennet, “é fraude e tem de acabar”.

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No meio de um YouTube em alvoroço, uma estrela desta plataforma veio desmentir as afirmações de Bennet. James Charles, que tem oito milhões de subscritores, fez um post no Twitter a 28 de agosto a assegurar que é tudo mentira, e que a maioria dos youtubers de topo menciona quando existe publicidade nos vídeos.

Mas esta é uma realidade que não acontece só lá fora. Em Portugal, a youtuber e maquilhadora profissional Inês Mocho lançou um vídeo, no passado dia 4 de setembro, intitulado “A minha verdade — o que ninguém conta do YouTube”, onde disseca o fenómeno em solo português. Afinal, não é apenas no estrangeiro que os youtubers criam amizades por interesse ou que não se assinala que um vídeo é pago.

Em Portugal, as visualizações ainda são o mais importante, e aquilo que define se determinada marca quer ou não trabalhar com determinado youtuber. A makeup artist diz que as marcas tentam controlar o que cada influenciador diz num vídeo patrocinado, o que diminui a autenticidade do mesmo e põe em causa a credibilidade do criador de conteúdo.

Sobre os vídeos patrocinados, tem uma opinião clara: todos os conteúdos que são pagos deveriam ser assinalados como tal mas isso nem sempre acontece. Existem marcas e youtubers que preferem deixar essa informação de lado para a opinião do criador de conteúdos possa parecer mais genuína junto do consumidor.

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