Não sou adepta de ir de carro para Lisboa, por muito mais confortável e higiénico que possa ser (sobretudo para os mais germofóbicos, como eu). E não o aconselho a ninguém: o trânsito, o ponteiro da gasolina a descer, o stresse para estacionar, o que se paga em parques e parquímetros e o suor que se acumula só por se conduzir no stresse da cidade. Quem precisa de ir ao ginásio quando se pode guiar em Lisboa?

Os transportes acabam por ser a melhor solução, têm é um grande defeito: o público.

Admito que não sou a pessoa mais tolerante no que toca a lidar com desconhecidos. Não é por mal. É só porque grande parte das pessoas são mal educadas, têm hábitos irritantes, pouco higiénicos, e não têm consideração pelos outros quando estão em público.

Não é a primeira vez, nem a segunda, bem, nem a terceira (o melhor é mesmo não contar), que tenho experiências enervantes, frustrantes e simplesmente estranhas em transportes públicos.

Este é um clássico. Há dias apanhei um comboio fora da hora de ponta (os meus preferidos) e pensei “ótimo! Uma viagem tranquila, apenas com uma pessoa aqui e ali”. Numa das paragens entrou um passageiro e percorreu com o olhar os vários assentos da carruagem. Claro: sentou-se mesmo ao meu lado. Não é que existisse um sinal de proibido no banco, mas havia necessidade de estarmos lado a lado como se fossemos amigos quando havia outros 55 lugares vazios à escolha? É que não sei se hei-de me sentir lisonjeada por ter escolhido a minha companhia ou se hei-de me sentir desconfortável. Acho que é mais a segunda hipótese.

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Mas há pior. Há muito pior. Muitos passageiros ainda não perceberam que antes de entrarem no comboio têm de deixar sair as que estão lá dentro. É assim tão complicado perceber isto? Não me parece.

Às vezes, as viagens são longas e a certas horas do dia há quem tome o pequeno almoço, almoce ou lanche nos transportes. O que é normal, também o faço. Nada contra. Mas há alimentos e alimentos. Descascar laranja ou tangerinas nunca é uma boa ideia. Não interessa que estejam a 1 ou 10 metros, porque o cheiro é tão intenso que se espalha pela carruagem inteira. Claro que podia ser mais grave. Podia ser uma falta de desodorizante ou água com sabão (aquele cheiro clássico de verão). Ainda não percebi o fenómeno, mas os cheiros, por muito fracos que sejam, ganham 30 vezes mais intensidade nos transportes. É um facto.

E o barulho? Ah, pessoas barulhentas. Aquela musiquinha que ninguém pediu para ouvir, mas há sempre alguém que nos obriga a levar com aquilo a sair de uma coluna portátil ou de um telemóvel o caminho todo. Ou aquele senhor mais velho que ainda não lida bem com smartphones, então ouve os vídeos no volume máximo. Quem precisa de auscultadores? Eles não, eles estão bem assim, nós é que estamos mal e gastamos dinheiro nessas coisas inúteis.

“Vá Joana, não sejas assim tão exigente. Andar de transportes nem é assim tão mau.” Pronto, OK, não é. Esperem, lembrei-me de mais. E as pessoas que impedem a passagem nas escadas rolantes porque decidem que o lugar delas é no meio? E as que procuram freneticamente pelo bilhete no momento em que estão em cima das cancelas? Ou as que põem a mochila e a tralha toda no banco do lado, com a carruagem cheia, porque os objetos merecem muito mais descanso do que eu depois de um longo dia de trabalho? E ai de mim pedir licença para me sentar naquele lugar, só a trabalheira que dá tirar aquela mala e pôr no colo.

Bem, o melhor é ficar por aqui. Tenho um comboio para apanhar.

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