Andreia Silva deixou de comer carne há três anos e faz de tudo para manter uma alimentação saudável.

Vai daí que assim que se decidiu aventurar por conta própria, depois de anos de restauração passados em restaurantes de comida tradicional, marisqueiras e hamburguerias, percebeu que o espaço tinha que ser feito à sua imagem. "Pensei logo em algo radical, vegetariano e totalmente saudável", conta à MAGG. Mas só depois se lembrou que, tal como lhe acontece a si, também outras pessoas poderiam ter dificuldade em arranjar companhia para ir comer a sítios com um conceito tão restrito. "Eu, por exemplo, adoro comer saudável, mas tenho um namorado que já não alinha muito nisso", admite. Foi a pensar exatamente nestas relações que se querem longas e vividas também à mesa que Andreia decidiu abrir horizontes e oferecer um menu que agrade aos fãs do abacate, mas também a quem quer tão e somente uma bela fatia de bolo com creme.

O bistrô fica na rua Alexandre Herculano, perto da Avenida da Liberdade

O Charlie Bistrô fica na rua Alexandre Herculano, colado à Avenida da Liberdade, em Lisboa, uma zona onde Andreia sentia que faltava um espaço assim. "Há muitos restaurantes, muitas pastelarias tradicionais, mas nada que oferecesse aquilo que muitas vezes eu procurava". E o que era isso? Basicamente, opções saudáveis — e outras nem tanto — disponíveis a todas as horas do dia. "Aqui não há tempo marcado para pequeno-almoço, almoço ou lanche. Todas as horas são certas para comer", garante.

Zenith. O brunch mais instagramável do país chegou a Lisboa
Zenith. O brunch mais instagramável do país chegou a Lisboa
Ver artigo

O único item do menu que, para já, tem espaço temporal é o brunch, servido apenas aos sábados. O Brunch Charlie (15€) é composto por pão de queijo, panquecas, croissant, compotas e manteiga, queijo, ovos mexidos, iogurte com fruta e granola, sumo, café ou chá. Já a versão para agradar aos turistas, ou simplesmente para quem gosta de começar o dia com um extra de salgado, há o Brunch English Breakfast (12€) com bolo, panquecas, torrada, feijão, salsichas, ovos com bacon, sumo, café ou chá.

Então mas e o saudável? Já lá vamos.

Comer e beber sem hora marcada

Tivemos acesso ao menu, ainda ela estava a seguir para impressão. Mas como não queremos que vos falte nada, aqui vai tudo em primeira mão.

As palhinhas são de bambu e parte da loiça é feita de madeira ou vidro reciclado

Para entradas há palitos de vegetais com um mix de três húmus (4€) — eu bem disse que o saudável vinha aí — pão de queijo com goiabada (5€) ou uma tábua de queijos (13€). Falamos aqui de entradas, mas podem ser um lanche, ou até algo para acompanhar um copo de fim de dia. É que por cá, além de sumos de fruta, smoothies e águas aromatizadas, há também sangrias, vinhos biológicos, cervejas artesanais e cocktails. Tudo servido num espaço que aproveita o facto de estar numa esquina para se abrir à rua. "Somos um restaurante, mas que podemos funcionar quase como um quiosque, assim que abrirmos todas as portas e janelas para a rua", explica Andreia.

O menu segue e desta vez ficamos retidos nas panquecas (6,50€), que podem ser com iogurte e fruta, manteiga de amendoim e banana, puré de maçã e nozes ou nutella, frutos vermelhos e sorvete de banana.

Há ainda bowls (5,50€), que podem ser veganas caso se opte pela mistura de banana e açaí ou maçã verde, kiwi, banana e espinafres. Na parte das saladas, as opções são três: a vegana, com quinoa, grão, batata doce, espinafres, cogumelos, húmus, maçã verde e lima (10€); a de peixe, com salmão, couve roxa, cenoura, feijão preto, rabanete, abacate, cebolinho e sésamo (11,50€) e ainda a de queijo, com ervilhas, cuscuz, tomate, alcachofras pesto, manjericão, mozzarela e pinhões.

No Comoba, a comida é orgânica e servida sem hora marcada
No Comoba, a comida é orgânica e servida sem hora marcada
Ver artigo

As tapiocas podem ser doces, caso se opte pela de goiabada e queijo (5€) ou a de manteiga de amendoim, banana e granola (6€), ou salgadas, com recheio de ovos, abacate e cogumelos (7€).

Tapiocas, açaí, pão de queijo. Tanto toque brasileiro não pode ser coincidência, certo? E não é mesmo. Miriam Rodrigues é o braço direito de Andreia neste projeto. É ela que gere o espaço, escolhe os pratos e coordena a cozinha.

Andreia Silva e Miriam Rodrigues, é esta a dupla criativa por detrás do Charlie

É brasileira e encontrou em Portugal "um Brasil melhorado". É por cá que quer ficar a espalhar a palavra de tudo aquilo que sabe. Tenta cozinhar sempre saudável, mas também sabe fazer uns bolos "de cair para o lado", garante Andreia, que assim que provou o de coco pensou: "Quero a Miriam a trabalhar no Charlie".

Foram as duas a montar a ementa, de onde fazem ainda parte quatro pratos pensados para o almoço, mas que na verdade, também eles podem ser pedidos a qualquer hora do dia. São eles: rosti de batata doce (12,50€), risotto de frango e cogumelos portobello (13,50€), lombo de salmão com ratatouille(13,50€) e Charlie burguer, com hambúrguer de lentilhas vermelhas, abóbora, laranja e cenoura acompanhado de salada e batata doce, em pão de espinafres e molho de iogurte caseiro (10€).

Morada: Rua Alexandre Herculano 11E, Lisboa

Horário: segunda a sábado 8h-20h

Andreia quer que as pessoas saiam para almoçar e que convivam e, por isso, ainda não pensou na hipótese de take away. A essa motivação junta-se também o facto de ainda não ter encontrado uma alternativa viável para as embalagens de plástico que, essas sim, não têm espaço no Charlie. No balcão há palhinhas de bambu reutilizáveis, os copos são feitos de vidro reciclado e grande parte da loiça é de madeira.

O Charlie Bistrô está aberto de segunda a sábado, das 8h às 20h, dando assim hipótese a um pequeno almoço saudável e a um não menos saudável copo de fim do dia.