Foi em 2011 que Jessica Lange se juntou ao elenco de "American Horror Story", a série antológica de terror criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk, onde ambos tinham a intenção de expor o trabalho e talento da atriz a uma nova geração. Escusado será dizer que a série tem sido um sucesso mundial e após a partida de Lange na quarta temporada, os fãs estavam desejosos pelo regresso da "rainha", que até há dias permanecia desconhecido.

No dia 3 de agosto, a protagonista recorrente da série da FX, Sarah Paulson, anunciou durante o Television Critics Association, que Jessica Lange estará de volta no papel de Constance Langdon. A oitava temporada, intitulada "Apocalypse", terá uma ligação com a primeira, "Murder House" e a terceira, "Coven", e tem estreia marcada para 12 de setembro nos Estados Unidos da América (ainda sem data prevista para Portugal). Se é fã da série, não desespere, a estreia nacional não costuma cair muito longe da data norte-americana.

Jessica Lange trabalhou como modelo e empregada de mesa antes de ser atriz

A realidade é que Jessica Lange não precisa de grandes apresentações. A atriz tem vindo a deixar a sua marca ao longo dos anos desde que entrou em atividade na década de 70. Hoje, com 69 anos, continua a fazer o que mais gosta: representar, saltando entre o teatro, cinema e televisão. "Andei num processo de reforma nos últimos 30 anos. Acho que há um fim. Há uma validade, mas representar é tão sedutor. É como se fosse um caso amoroso", diz a atriz em entrevista ao "The Hollywood Reporter", explicando o motivo que a leva a não querer aposentar-se tão cedo.

Desde nova que herdou o "bichinho" pelas viagens. A família mudava-se constantemente, devido aos vários empregos do pai e rapidamente se habituou a este estilo de vida. Aos 24 anos, apaixonou-se pelo professor de fotografia, Paco Grande, com quem viajou pelos Estados Unidos e Europa, deixando para trás um curso de artes na Universidade de Minnesota. Enquanto viveu em Paris, inspirada pelo cinema francês, estudou mímica onde fez parte da Ópera-Comique como dançarina. "Foi assim que fiquei interessada na representação, porque havia muitos atores que tinham ido estudar mímica por uns tempos para ter uma técnica física diferente", revela à "Interview Magazine" em 1979. Mais tarde, depois de se separar do fotógrafo, mudou-se para Nova Iorque onde trabalhou como modelo: "Só o fiz durante um ano, mas não ganhava assim muito dinheiro, por isso, fui também empregada de mesa durante uns tempos".

A atriz no seu primeiro filme 'King Kong' (1976), de John Guillermin

Em 1975, Lange estreou-se no cinema quando o produtor, Dino De Laurentiis, contactou a agência de modelos onde esta trabalhava, à procura de uma protagonista para entrar no filme "King Kong", um remake da versão de 1933. Logo no seu primeiro filme, Lange derrotou estrelas da indústria como Meryl Streep e Goldie Hawn, "roubando-lhes" o papel de "Dwan", a personagem por quem King Kong se apaixona. Apesar das críticas em geral terem sido negativas, o filme foi um sucesso nas bilheteiras.

Após o nascimento da primeira filha, Alexandra, fruto da relação com o dançarino russo Mikhail Baryshnikov, Lange teve um dos momentos mais altos da sua carreira ao ser nomeada para dois Óscares na categoria de Melhor Atriz pelos filmes "Frances" e "Tootsie - Quando Ele Era Ela" em 1983, sendo que foi com o segundo que levou o prémio para casa. Nesse momento, tornou-se na primeira atriz, desde Teresa Wright em 1942, a ser nomeada para dois Óscares no mesmo ano. A partir daí, Lange começou a ser considerada uma atriz "A-list", ou seja, uma celebridade no topo da indústria. Foi nessa altura que a sua relação com Baryshnikov começou a desmoronar-se. Nas filmagens de "Frances", conheceu o ator Sam Shepard, com quem teve dois filhos, Hannah e Samuel.

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Durante as décadas de 80 e 90, Lange continuou a espalhar charme e talento em filmes como "Depois da Meia-Noite" (1984), "O Enigma da Caixa de Música" (1989) e "Homens de Verdade" (1990). Em 1994, venceu outro Óscar com o drama "Céu Azul" (1994), onde protagonizou ao lado de Tommy Lee Jones.

Até hoje, Jessica Lange reúne uma invejável coleção dos prémios mais reconhecidos da indústria artística, que inclui: dois Óscares, um Tony, cinco Globos de Ouro, três Emmys, um Critics Choice, um Screen Actors Guild e três Dorian, o que faz com que seja a 22ª artista a atingir o "Triple Crown of Acting" — designação utilizada quando um ator recebe um Óscar, um Emmy e um Tony.

Como se não bastasse, a atriz tem ainda uma faceta que poucos conhecem, a fotografia. Tem dois livros publicados "50 Photographs" e "In Mexico", e em 2012 ainda passou por Portugal, onde inaugurou a exposição "Unseen" no Centro Cultural de Cascais.

Tanto talento só pode vir com paixão. Ainda em entrevista ao "The Hollywood Reporter", as palavras da atriz revelam que nem com o passar do tempo o amor pela profissão desvaneceu: "Há uma vivacidade na representação, sentimo-nos bem (...) E pode continuar a seduzir-nos, mesmo 40 anos depois."

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