Há coisas em que não há consensos possíveis. No frango assado, por exemplo, jamais se irá convencer um amante do frango da Valenciana, em Campolide, Lisboa, que o do Rio de Mel, em Alvalade, é melhor. Não vale a pena a discussão. Cada um fica com a sua, e amigos como dantes. Com as praias é mais ou menos a mesma coisa. Uns gostam de ondas, outros de areais grandes, há quem goste de praias desertas, outros preferem um bom restaurante de praia, há os que têm recordações que valem para a vida, outros que conhecem aquele mar desde sempre e nunca o irão trocar. Por tudo isto, a MAGG criou o desafio Guerra de Praias, que durará ao longo dos meses de julho e agosto. A ideia é que os vários colaboradores da MAGG defendam, com unhas, dentes e facas afiadas, todas as segundas e sextas-feiras, aquela que é, para cada um, a melhor praia do mundo, a praia da sua vida. Os argumentos vinculam cada um dos autores.  Desta vez, entra a nossa Maggie na batalha:

Atenção que o tema praia é um assunto sensível para mim, não fosse eu uma obcecada por praia, que cresceu no mar e que, ainda hoje, com 26 anos, é intitulada pelos amigos como a verdadeira criança que rebola na areia. Não sei viver de outra maneira, isso garanto. Estive 2 meses a viver em Budapeste e sentia, diariamente, que os húngaros não podiam ser tão felizes como eu só porque não tinham praia como nós. Aliás, não me esqueço de uma vez ter ido aos banhos termais, num edifício lindíssimo, onde tinham uma piscina com ondas (bem apetitosa, por sinal)... (mas) e cada vez que vinha a onda? Berros e mais berros de contentamento... eu, estupefacta, pensava para mim: vivo no melhor país do mundo (patriotismos à parte, vá...). Vivi 10 anos a 10 minutos a pé da praia e agora vivo a 2 minutos a pé de outra praia. E assim será, a minha vida toda.

Guerra de Praias #09. A praia da Nazaré é  a melhor do mundo
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Posto isto, quando aceito entrar numa guerra de praias, vejo-me aflita... confesso que a escolha não é nada fácil para mim. Umas praia marcam mais pelas histórias e vivências, outras pelas paisagens, e outras pela temperatura da água. Escolhi para esta guerra uma que cumprisse todos os requisitos: a praia da Ribeira do Cavalo. O mais engraçado é que só lá vou uma vez por ano, para não perder o encanto... assim, torna-se ainda mais especial.

A menos de uma hora de Lisboa? 50 minutos, mais coisa, menos coisa. Fica em Sesimbra, a 40 km da capital.

Praia de difícil acesso? Confirma-se. Para uns, isto é um ponto contra, para mim, é um ponto a favor. Eu sou aquela pessoa que chega a uma praia de areal extenso, e ando, ando, ando.... até não ter pessoas por perto. Gosto de fomentar esta relação meio secreta e terapêutica com a praia e, por isso, quanto menos ruído, melhor. Ora, por ser uma praia menos acessível, faz com que tenha naturalmente menos pessoas e isso agrada-me. A primeira vez que lá fui não sabia que lá ia parar, então estava de chinelos com salto e mala de praia de mão. Não foi realmente o melhor outfit! Ténis e mochila é, sem dúvida alguma, a melhor opção. Ainda assim, disseram-me depois que o nível de dificuldade daquele trilho (cerca de 15 minutos) era médio-alto e não posso concordar. Não é sempre a direito, e tive que realmente pôr as mãos e os pés no chão ao mesmo tempo várias vezes, mas faz-se bem, é divertido e dá um certo charme àquela praia. É escorregadio e faz-se entre arbustos, por isso, convém estarmos nesse mood e com espírito aventureiro. Mas acreditem em mim: o cenário idílico compensa tudo o resto. Também sei que há quem vá até à praia da Ribeira do Cavalo de barco ou de caiaque a partir de Sesimbra. Tenho de experimentar.

A melhor praia da Europa é portuguesa (mas já não é Galapinhos)
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Praia selvagem? Sim, são as melhores. Praia não turística, por explorar. Mar azul turquesa transparente, rochedos no meio que tornam a praia ainda mais bonita, arribas altas meio alaranjadas a contrastar com muito verde. Um verdadeiro paraíso.

Há rede? Não! Nos dias de hoje, por muito que seja estranho e pouco habitual, sabe tão bem desconectarmos do mundo. E ali não há rede, por isso, liguem-me, mandem-me mensagens,mas eu estou OFF.

Convencidos? A minha sugestão é ir bem cedo, levar marmita e aproveitar todos os cantos e encantos desta maravilha portuguesa.