Viajar vai ser sempre a solução que encontro para me sossegar. Quando conheço outros países, outras culturas, sinto-me diferente. Encontro respostas para muitas das minhas dúvidas existenciais, passo a ver os problemas com outros olhos e as prioridades mudam. E a parte mais gira: venho sempre de lá com histórias para contar.

O último destino foi Djerba, na Tunísia.

Djerbahood: uma paragem obrigatória na Tunísia

Tenho tido, em todas minhas viagens, roteiros que sigo à risca. Esta foi a primeira viagem que simplesmente não planeei: a ideia era descansar (e descansar!). E sempre me disseram que esta pequena ilha tunisina era perfeita para isso, com boas praias, sítios para visitar, paisagens e história. Mas foi Djerbahood o sítio que mais gostei de conhecer.

Djerba remete-nos automaticamente para praia, mas essa parte vocês já sabem: água quente e transparente (embora existam algumas praias um pouco sujas), muito calor, ideal para fazer um reset. Desta vez, quero falar-vos de algo diferente: este projeto de arte urbana a céu aberto que nem toda a gente ouviu falar.

Medhi Ben Cheikh, diretor da Galerie Itenerance, levou à Tunísia mais de 150 artistas de 30 países diferentes, entre os quais artistas portugueses, como Pantónio, Add Fuel, Mário Belém e Arraiano, de 7 a 17 de julho de 2014 (altura do Ramadão por isso não bebiam água nem comiam na rua para poderem trabalhar naquele espaço) e, no dia 1 de agosto desse mesmo ano, foi então inaugurado o Djerbahood.

Chamei um táxi para ir até lá e foi o próprio taxista que acabou por ser o meu guia (não fosse um destino completamente virado para o turismo). Não há como negar: esta vila dá um outro encanto às ruas de Erriadh. Erriadh, em árabe, significa “bairro”, e é uma das vilas mais antigas da Tunísia e mantém a sua autenticidade: ruas muito estreitas, casas com pátios, comunidades muçulmanas e judaicas a conviverem às portas das casas sentadas no chão (ou em pequenas cadeiras e bancos), e portas lindíssimas, pintadas e decoradas a rigor. Cada uma mais bonita do que a outra!

Muita bondade e paz naquelas ruas. Fascinei-me com esta exposição de arte urbana que, na realidade, é um museu ao ar livre, totalmente acessível a todos e onde haverá sempre espaço para novos artistas.

Não quero terminar sem antes confessar-vos que odiei a comida, mas que amei os chás. Foi no hotel onde fiquei (Palm Azur) que bebi o melhor chá do mundo. Aliás, bebi logo dois de tão bons que eram! Por ser um lugar muito turístico, temos acesso nestes resorts a comida de todo o mundo (pizzas, massas, crepes, arroz, peixe, carne, ovos,...), mas eu continuo a ser uma fã incondicional da nossa comida portuguesa e, quanto mais viajo, mais afirmo esta minha opinião: não há melhor comida do que a nossa.

É um país barato para viajar (existem cada vez mais pacotes de viagens muito acessíveis com tudo incluído), águas cristalinas, e infelizmente muita pobreza também, uma realidade que desconhecia. Se lá forem, não se esqueçam do meu bairro de eleição e partilhem comigo a vossa experiência.

Importante: não precisam de visto, não bebam água da torneira, podem levar euros que são aceites em (quase) todo o lado de Djerba. Quanto mais assertivos forem a comunicar, com mais facilidade vos fazem a vontade. Se as praias mais acessíveis estiverem sujas, caminhem sempre junto ao mar para mais longe, porque vão certamente encontrar verdadeiros paraísos. Truques da Maggie. ♥

Djerbahood: uma paragem obrigatória na Tunísia