Há coisas em que não há consensos possíveis. No frango assado, por exemplo, jamais se irá convencer um amante do frango da Valenciana, em Campolide, Lisboa, que o do Pingo de Mel, em Alvalade, é melhor. Não vale a pena a discussão. Cada um fica com a sua, e amigos como dantes. Com as praias é mais ou menos a mesma coisa. Uns gostam de ondas, outros de areais grandes, há quem goste de praias desertas, outros preferem um bom restaurante de praia, há os que têm recordações que valem para a vida, outros que conhecem aquele mar desde sempre e nunca o irão trocar. Por tudo isto, a MAGG criou o desafio Guerra de Praias, que durará ao longo dos meses de julho e agosto. A ideia é que os vários colaboradores da MAGG defendam, com unhas, dentes e facas afiadas, todas as segundas e sextas-feiras, aquela que é, para cada um, a melhor praia do mundo, a praia da sua vida. Os argumentos vinculam cada um dos autores. Depois da Praia do Porto Santo, passamos para a praia da jornalista Joana Rocha Ferreira. Aqui vai:

Há várias condicionantes que faço questão de estudar antes de ir a uma praia: o estacionamento, o acesso, a qualidade da água e o espaço do areal. Não gosto de viver aquele filme de terror de passar mais tempo à procura de lugar para estacionar do que a desfrutar a praia. Ou de não ter onde estender a toalha, ou ter de passar por cima de pedras e rochas — aquela sensação simpática nos pés — cada vez que vou à água. Acho que não é pedir muito. Sim, é verdade, sou um pouco esquisita com praias. Mas não significa que não haja as ideais para evitar estas situações.

Guerra de Praias #03. A Praia da Foz é a melhor do mundo
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Tenho uma boa, aliás, ótima relação com a Praia da Falésia, no concelho de Albufeira, no Algarve. Não só é a minha praia de infância, onde quase ganhei escamas e guelras de passar tanto tempo na água, como é um autêntico tesouro nacional. Basta olhar para o seu plano geral, que pode ser visto no topo da falésia, para nos rendermos ao seu encanto paradisíaco onde se destaca o contraste entre o alaranjado da falésia e o verde e azul do mar.

É o desgaste da falésia que alimenta a areia da praia, um detalhe engraçado, que faz com que a cor passe de laranja a branco, à medida que se vai aproximando da beira mar. À entrada, há quase sempre um congestionamento de pessoas e chapéus de sol, onde em épocas mais altas quase não se vê a areia. "Então, mas não odeias praias cheias?" Sim, odeio. Por isso é que, para quem é como eu, aconselho a andar mais um bocado a pé para um dos lados, até ultrapassar a zona dos chapéus de sol, onde vai encontrar um espacinho ideal para si e conseguir estender a toalha, a mochila, a lancheira, a bóia em forma de flamingo, tudo o que trouxer consigo, à vontade.

O que eu mais gosto ainda na Praia da Falésia é quando entro na água. Não deixo de ver os meus pés ou as pernas à medida que vou andando em direção a alto mar. A água é limpa e cristalina, por vezes até vemos alguns peixes passar, e nos seus melhores dias de verão consegue chegar aos 22ºC. O areal, que se estende em comprimento desde os Olhos de Água a Vilamoura (cerca de 5,5 km), é macio ao ponto de convencer todas aquelas pessoas que detestam areia que esta afinal não é assim tão inimiga. O melhor ainda, é quando está maré baixa e de repente, a praia ganha o dobro do espaço em largura, o ideal para quem tem crianças pequenas ou até para um bom jogo de raquetes.

Guerra de Praias #04. A praia da Terra Estreita é a melhor do mundo
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Se é daquelas pessoas mais aventureiras, há também várias atividades. Não a um preço muito amigo (porque na verdade estamos no Algarve), mas se estiver com disposição para isso, há desportos aquáticos, motas de água e as famosas gaivotas que, aqui entre nós, só servem para os adultos darem ao pedal enquanto os miúdos se divertem. E ainda há voos de parapente. Com o acompanhamento de um instrutor, é a melhor forma de explorar a paisagem e observar a costa algarvia.

Quase me esquecia de falar do acesso. A condicionante tão importante que fiz questão de mencionar no início. Há estacionamento, acesso à praia através de escadas e rampas de madeira, e ainda bar/restaurante, casas de banho, nadador-salvador, e claro, a merecida bandeira azul. Ainda há dúvidas que a Praia da Falésia é a melhor do mundo?

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