Conseguir um tom mais moreno na pele é, para muitas mulheres, um objetivo nos meses de verão. Por outro lado, enfrentar as primeiras idas à praia ou à piscina com a cor que as acompanha durante o resto do ano pode revelar-se um pesadelo.

Uma das soluções para contornar esta situação são a o uso dos autobronzeadores, produtos que escurecem a pele sem ser necessária qualquer exposição ao sol ou a utilização de cabines bronzeadoras, vulgo solários (uma alternativa completamente desaconselhada pelos especialistas, dado que são métodos que utilizam luz ultra-violeta exclusivamente, a luz mais implicada no aparecimento de cancro cutâneo e envelhecimento da pele). Os segundos já sabemos que não são seguros. Então e os primeiros?

A dermatologista Manuela Paçô explica à MAGG que “a recomendação para a utilização dos autobronzeadores é totalmente estética, podendo ser úteis em situações de despigmentação da pele (em que ocultam parcialmente a diferença de cor em relação à pele normal)”.

Se deseja ficar com a pele mais morena automaticamente, o spraytanning pode ser uma alternativa e é uma forma mais prática, embora mais dispendiosa, de utilizar um autobronzeador.

Manuela Paçô, dermatologista, explica à MAGG que, “tal como nos produtos autobronzeadores, a substância utilizada é a DHA, por oxidação da queratina”. O spraytanning tem as mesmas vantagens e inconvenientes do autobronzeador tradicional e implica sessões periódicas de manutenção, se desejar manter o tom moreno da pele.

Ainda antes de se dirigir a um centro estético para realizar este serviço, é importante que faça uma esfoliação à pele, assim como a depilação. Durante a aplicação em jato do produto, a especialista alerta que “deve proteger os cabelos, o nariz e a boca, pois ainda se desconhecem os efeitos, em termos de saúde, da inalação destes produtos”.

Dado que, habitualmente,o spraytanning é composto por soluções alcoólicas que secam a pele, a dermatologista aconselha uma rotina de hidratação diária do corpo após o serviço.

De acordo com a especialista, devem ser evitados quando existe sensibilidade a algum dos componentes dos produtos ou quando a pele não está saudável, sendo necessária observação médica. Manuela Paçô acrescenta que, em muitos destes produtos, “a solução base é alcoólica, o que agride a pele, secando-a”.

Os autobronzeadores protegem a pele da exposição solar?

“Os autobronzeadores por si só não protegem do sol, pelo que não dispensam o uso de protetor solar”, afirma a médica dermatologista. Mas existem produtos no mercado que tentam combinar o melhor de dois mundos, acrescentando um fator de proteção UV aos autobronzeadores. Manuela Paçô explica que, caso exista a indicação na embalagem de algum índice de proteção, “em princípio será suficiente”.

Porém, a dermatologista alerta que a maioria destes produtos não têm proteção solar associada e, quando isso acontece, “é muito baixa” e poderá não ser suficiente para proteger a pele dos danos do sol, especialmente nas horas de maior calor.

Recorrer a estes produtos requer uma rotina

De acordo com Manuela Paçô, o mecanismo de ação dos autobronzeadores é por “oxidação da queratina (principal proteína da epiderme) e a substância utilizada é a dihidroxiacetona (DHA)”. Assim, estes produtos implicam o uso continuado para manter o tom da pele. “Caso contrário, a tonalidade irá desaparecer progressivamente com a descamação natural e invisível da pele."

Se escolher esta solução, tenha em mente que deve aplicar uma menor quantidade de produto nas áreas mais espessas da pele, “pois a maior presença de queratina poderá dar um tom alaranjado à pele, nada natural, se aplicar demasiada quantidade”, alerta a especialista.

Aquando da aplicação, proteja os cabelos e os lábios, e é preferível estar despida, dado que estes são produtos que podem deixar manchas nos tecidos. No entanto, existe sempre o perigo de encontrar algumas nódoas na roupa nos dias seguintes, dado que, e embora já existam no mercado alguns autobronzeadores que afirmam não deixar manchas, “esta hipótese existe sempre devido à descamação natural da epiderme”, conclui Manuela Paçô.