Não faltam avisos no Jardim Zoológico de Lisboa a pedir aos visitantes que não alimentem os animais. As regras continuam a não ser seguidas, e este sábado, 26 de maio, o desrespeito pelas normas terminou com a morte de uma girafa-de-Angola, de 11 anos. O animal morreu ao cair no fosso que separa os animais das pessoas quando tentava chegar à comida que lhe era exibida por um visitante.

Quem é que não se lembra de atirar uma moeda aos elefantes para ver o tratador dar-lhes um amendoim? Nos anos 80 e 90, isto era tradição e factor de diversão de muitas crianças. Hoje em dia isto já não acontece. Como não acontece poder-se alimentar qualquer animal, em qualquer altura, a menos que isso aconteça numa ação do próprio zoo, acompanhada por tratadores.

Ao Observador, Inês Carvalho, do departamento de marketing do Jardim Zoológico, explicou que "o jardim deixou de ser uma montra de animais". Procura-se salvaguardar as condições de vida de cada inquilino do zoo, bem como garantir a segurança tanto dos visitantes como dos animais.

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A história da girafa que morreu este sábado, e que tinha dado à luz uma cria em novembro, não é um episódio único. Há várias histórias de animais que morreram nos jardins zoológicos por culpa de comportamentos impróprios por parte dos humanos.

Prospect Park Zoo, EUA (maio de 1987)

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Foi um desafio que levou um grupo de miúdos a entrar ilegalmente no Prospect Park Zoo, em Brooklyn, Nova Iorque, numa noite de maio de 1987. Uma criança de 11 anos subiu pela cerca e entrou na exposição de ursos polares, pensando que conseguiria dar um mergulho no fosso enquanto os animais dormiam.

Não foi o que aconteceu: um transeunte ouviu os gritos da criança e chamou o 112. Quando a polícia chegou ao local, dois ursos polares atacavam os restos mortais do menino. Os oficiais mataram os ursos, que se chamavam Teddy e Lucy. Na altura, fonte do jardim zoológico descreveu os animais ao "The New York Times" como sendo "bem-comportados".

O Prospect Park Zoo fechou no ano seguinte. Depois de grande parte do zoo ter sido demolido, o espaço reabriu em 1993 como o Prospect Park Wildlife Conservation Center. Foram construídas várias barreiras à prova de crianças, com o intuito de impedir que uma tragédia como a que aconteceu em 1987 se voltasse a repetir.

Jardim Zoológico de São Francisco, EUA (dezembro de 2007)

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Tatiana era um tigre siberiano com quatro anos. No dia de Natal de 2008, um grupo de jovens começou a provocar o animal, atirando-lhe pedras e rugindo-lhe. Sentindo-se ameaçada, Tatiana conseguiu saltar do seu recinto e chegar até ao grupo, matando um deles. Acabou morta a tiro pela polícia.

Uma investigação descobriu que a parede do recinto dos tigres tinha menos 1,20 metros do que devia. O zoo acabou multado e construiu uma nova proteção, desta vez feita com painéis de vidro temperado.

Jardim Zoológico de Cincinnati, EUA (maio de 2016)

Um menino de quatro anos caiu no recinto dos gorilas em maio de 2016. Um dos animais, Harambe, foi morto a tiro pelos funcionários do zoo. Apesar de os especialistas acharem que o gorila só estava a aproximar-se do menino para o proteger, os funcionários garantiram que matar o animal foi a decisão mais acertada — o comportamento do gorila era imprevisível e podia resultar na morte da criança. O pai da criança foi criticado por não ter prestado atenção ao menino, o jardim zoológico decidiu reforçar as barreiras.

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Jardim Zoológico de Santiago, Chile (maio de 2016)

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Um leão e uma leoa foram mortos a tiro depois de um homem entrar no recinto, despir-se e começar a provocá-los. Quando os leões atacaram e começaram a arrastar o homem, os funcionários do zoo tiveram de abater os animais. Em comunicado, garantiram que a decisão de disparar sobre os leões foi "profundamente dolorosa", mas mostravam-se muito satisfeitos por o homem ter sobrevivido.

Jardim Zoológico em Ningbo, China (janeiro de 2017)

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Um tigre morreu num jardim Jardim Zoológico em Ningboo, na China, porque um visitante não queria pagar o bilhete de entrada. Para resolver o problema decidiu escalar um muro com cerca de três metros de altura, e acabou por aterrar no recinto do tigre. O animal sentiu-se ameaçado e atacou.

Apesar dos esforços dos funcionários, que tentaram afugentar o animal com pequenos explosivos, o visitante acabou rodeado por mais dois tigres. Um deles continuou a atacar o homem e, sem outra opção, as forças especiais abateram o animal. O visitante foi levado para o hospital mas não resistiu aos ferimentos.