Imagine que entra na Capela Sistina com um guia especial exclusivo, que sabe tudo sobre o local que visitam e o necessário sobre si para lhe proporcionar a melhor experiência possível. À volta não há ninguém. O espaço é seu, sendo a hora a garantia da exclusividade: a Capela está fechada ao público, mas a si não lhe é vedada a entrada. O mesmo poderá acontecer com o Museu do Louvre, em Paris, ou com o Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa. A reserva exclusiva de espaços, como museus, restaurantes, rooftops ou galerias, é uma das possibilidades proporcionadas pela Virtuoso, uma rede de agências de viagens de luxo presente em 45 países à volta do mundo — incluindo Portugal.

Com a possibilidade de a integrarem apenas por convite, fazem parte desta família as portuguesas Mr. Travel, em Lisboa, desde 2016, e a The Travel, no Porto, desde 2017. Mas as relações com o País começaram antes. “Apesar de só recentemente termos agências de viagens portuguesas como membros, há muito tempo que Portugal é um país Virtuoso. Temos trabalhado aqui, mas do lado dos parceiros, sobretudo pelos hotéis portugueses que integram a nossa rede [são cinco em Lisboa — Pousada de Lisboa, Four Seasons, Valverde Hotel, Olissipo Lapa Palace, Bairro Alto Hotel — e 18, ao todo, em Portugal]”, diz à MAGG David Kolner, o senior vice-presidente das parcerias globais de membros, com quem a MAGG conversou no hotel Tivoli, em Lisboa.

“A Virtuoso é a principal rede internacional de agências de viagens especializada em experiências e viagens de luxo. Esta organização que funciona apenas através de convite, inclui mais de 1 000 parceiros de agência de viagens com 17 500 consultores de viagens de elite em mais de 45 países na América do Norte, América Latina, Caribe, Europa, Ásia-Pacífico, África e o Oriente Médio. Baseando-se em relações com 1 700 dos melhores hotéis e resorts do mundo, linhas de cruzeiro, companhias aéreas, empresas de turismo e destinos de primeira linha, a rede oferece aos seus clientes de alto nível amenidades exclusivas, experiências raras e acessos privilegiados. Mais de 23,7 bilhões de dólares em vendas anuais de viagens fazem da Virtuoso uma potência na indústria de viagens de luxo.”

O grande propósito desta rede global é que o cliente possa ter viagens de sonho, que incluem todas as suas preferências e exigências contempladas no planeamento. Não bebe álcool? Então, não verá nenhuma garrafa no seu quarto. Não gosta de vidro ou de plástico? Também não terá de se preocupar com isso. Prefere almofadas de penas? Pode contar com elas. Quer conhecer o backstage do Palácio de Buckingham? Assim será. Gosta de comida, quer viajar, só não sabe para onde? Não tem de se preocupar — um dos conselheiros Virtuoso trata de tudo por si e fará propostas de acordo com os seus gostos.

“A empresa nasceu há 15 anos, mas a ideia surgiu há 30, quando as melhores agências de viagens de algumas cidades dos Estados Unidos se juntaram e uniram quer o conhecimento, quer o poder de compra, numa só empresa. A Virtuoso nasce oficialmente em 2001 e chega a agências europeias há cerca de dois”, diz.

O que procuram os clientes que querem luxo?

A Grécia é um dos hot spots, segundo a Virtuoso

Não há um modelo padrão. Mas, claro, há um aspeto em comum: o poder de compra. Quem viaja com a Virtuoso tem de ser capaz de pagar a experiência. De resto, os clientes são, garantem David e Elsa, pessoas com os mais variados gostos. Há quem queira roteiros gastronómicos, há quem procure a autenticidade do país. Há quem deseje um quarto de hotel desenhado para si ou uma ida às compras nas Galerias Lafayette, em França, ou El Corte Inglês, em Espanha, acompanhada por champanhe e um personal shopper que irá garantir as melhores sugestões, conforme o seu estilo e gosto. Há quem goste da ideia de um jantar na casa de uma família do país que visita, de forma a ter a experiência mais local possível. Há ainda quem queira umas férias completas, ou quem deseje sugestões para apenas uma noite, para que seja bem aproveitada. Balizas? Há poucas.

1. Grécia
2. Polónia
3. Republica Dominicana
4. Nova Zelandia
5. Zâmbia
6. Marrocos
7. Turquia e Ilhas Caicos
8. Santa Lúcia
9. Vietname
10. Egipto

Há estrelas do cinema, da música ou até do mundo da política, mas nenhum nome que possa ser avançado. Aquilo que ficámos a saber é que “há vários tipo de clientes”. A Virtuoso trabalha, sobretudo, com pessoas que procuram luxo e experiências diferentes em viagens.

“São pessoas que valorizam, acima de tudo, o serviço. Têm o poder de reservar sozinhos, mas podem também contar sempre com um especialista a ajudar, que trata de tudo para que haja a melhor gestão possível do tempo livre”, diz o sénior vice-presidente.

Os pedidos especiais mais comuns são sempre à volta da dieta, que fazem por personalizar da forma mais extraordinária possível”, acrescenta. Do lado dos pedidos excêntricos, David assume que há, mas que, por uma questão de confidencialidade, não poderá revelar muito. “Há, por exemplo, clientes que não querem produtos com vidro no quarto”, admite.

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A ideia comum a todos os clientes é esta: experiências exclusivas, personalizadas e com o melhor serviço possível, longe dos programas mainstream, onde há filas para os museus, maus guias ou escolhas menos felizes de restaurantes e hotéis.

Como é que se marca uma aventura de luxo Virtuoso?

Não há um limite de dias de viagem. Pode ser uma estadia de um mês, mas pode também ser apenas de uma noite. O programa pode ser completo (com reserva de voo, hotel e todas as experiências), mas poderá contemplar apenas um dos elementos. No fundo, a principal preocupação é dar ao cliente aquilo que ele quer, garantindo uma experiência única e personalizada.

1. Reino Unido
2. Itália
3. Canadá
4. França
5. África do Sul
6. Grécia
7. Alemanha
8. Holanda
9. Irlanda
10. Espanha

“Se ele quer ir para a Tailândia, vamos dar-lhe a Tailândia que ele quer e não a que os outros têm. No fundo, preparamos o país para se encaixar como uma luva no cliente”, diz Elsa Bacry, diretora das parceiras EMEA (Europa, Médio Oriente e África) Virtuoso, que também marcou presença em Lisboa. “A experiência é desenhada especificamente para uma pessoa e nunca é igual para ninguém.”

O primeiro passo é aceder ao site. Logo a seguir, encontrar o consultor de viagem perfeito para si. Filtrando a pesquisa por tipo de viagem e/ou destino (veja a lista completa), terá acesso a um catálogo com os profissionais das diferentes agências à volta do mundo que compõem esta rede (são 17 500, ao todo). Cada consultor — todos pertencem às agências de viagem associadas à rede, espalhados pelo mundo — tem uma página de perfil que permite conhecer os seus interesses, os destinos que conhece melhor, aqueles que já visitou, as línguas que domina e outras informação de background. Depois, é só estabelecer contacto.

“O match começa quando o cliente escolhe o consultor com o espírito certo. Depois, começa a trabalhar com o objetivo de aprender o máximo sobre o cliente e as suas preferências. Se pensamos numa reserva no booking, nunca há perguntas detalhadas. É alérgico a alguma comida? Prefere almofadas de penas? Ao contrário de outras agências online, em que estamos por nossa conta depois da reserva, nós pomos os clientes em contacto com um conselheiro que ajuda com todos os outros pormenores: seguro, voo, experiências pessoais e claro todas as preferências e pormenores extra”, explica David Kolner. “O conselheiro é que saberá quais são as perguntas apropriadas para cada cliente. Há níveis de informação e é isso que faz com que trabalhar com conselheiros da Virtuoso seja tão diferente. É a personalização e costumização da experiência.”

Se quiser fazer um safari, a Virtuoso garante-lhe um guia que vá ao encontro do seu estilo e, claro, que fale a sua língua

Um dos maiores segredos desta rede é manter uma espécie de “blackbook” como lhe chama David Kolner, onde estão contactos que permitem adaptar de forma absoluta a experiência para cada cliente.

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“Mantemos no nosso black book uma lista de contactos em mais de 100 países no mundo", explica. Entre os nomes, há desde os elementos mais importantes dos hotéis, como o concierge, responsável pelo spa ou restaurantes, a contactos locais que trabalham quase exclusivamente para a rede, sendo os elementos que permitem verificar que a experiência é de qualidade, ainda com a possibilidade de acompanharem o cliente.

Vamos supor que um cliente Virtuoso vai para o Havai: “Marcamos uma viagem de barco para ver as baleias, mas acrescentamos um fotógrafo profissional que poderá ensiná-lo a tirar fotografias incríveis à natureza, ao mesmo tempo que ele está no barco. Qualquer pessoa pode marcar uma visita às baleias online, mas este fotógrafo não é ‘googlável’, por exemplo.”

A Virtuoso ambém tem pacotes disponíveis. Deixamos-lhe alguns exemplos. Cinco noites no Blue Palace, um resort de luxo em Elounda, na Grécia, custa 1934 dólares (cerca de 2266€) e inclui estadia num bungalow superior com vista para o mar, uma experiência de ervas privada, uma excursão ao museu arqueológico e transferes. Três noites no resort de luxo Amenera, na República Dominicana, custa 3600 dólares (cerca de 4220€), que incluem uma prova de rum, pequeno-almoço, dois almoços e dois jantares. Uma noite no hotel Borgo Santo Pietro, na Toscana, em Itália, custa a partir de 1320€ e poderá incluir estadia numa suite à escolha, pequeno-almoço gourmet servido no quarto, uma massagem de velas para dois, a preparação de um banho com pétalas de rosa e óleos de banho, com champanhe, morangos e uvas, jantar Michelin para dois.

Segundo David Kolner, são os americanos quem mais procuram o luxo das viagens da Virtuoso. No entanto, sublinha, também se trata "de um país muito grande."

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