Sabemos que o país estava em seca severa, que muitas barragens estavam com níveis perigosamente baixos e que nos preparávamos para ter um Maio sem cerejas e um Outono sem vindimas. Mas vá lá, já chega. Estamos em Abril e já era suposto começarmos a aproveitar as praias ainda vazias ou as esplanadas ao fim da tarde, mesmo a pedir um copo que celebre a mudança da hora.

Mas não. Acordamos com o barulho da chuva, a meteorologia do iPhone diz-nos que hoje o mau tempo não vai dar tréguas e nem passando os olhos pelas redes sociais a coisa anima. gifs a dizer que era melhor ficar na cama, cartoons de quem é “alérgico a manhãs de chuva” e publicações daqueles que tentam ver o lado positivo da coisa e escolhem um fundo colorido para uma frase do género: “when life gives you rainy days wear cute boots and jump in (qualquer coisa como “quando a vida te dá dias de chuva, calça as galochas e salta nas poças”, redução livre).

Sem vontade (ou idade) para aproveitar as poças da chuva que, aliás, servem apenas para levar um banho sempre que um carro passa, decidimos engolir o mau humor, vestir a gabardine, pegar no guarda-chuva e enfrentar o dia. E foi exatamente no momento em que pusemos os pés fora de casa que nos apercebemos que haverá quem esteja a adorar esta semana chuvosa, e não falamos aqui apenas dos eternos optimistas. Decidimos por isso compilar alguns dos negócios que estão a lucrar com uma das Primaveras mais chuvosas de que Portugal tem memória.

1. Uber Eats

Terá havido melhor altura para começar um negócio que entrega McDonalds em casa? A Uber Eats começou a operar em Lisboa em Novembro, ainda que numa área mais restrita, mas atualmente chega a praticamente toda a cidade. Há sushi, hambúrgueres, pizzas e até marisco que chegam a casa no espaço de minutos e, mesmo sem números oficiais, levam-nos a imaginar que em dias de chuva como o de hoje, o negócio obrigue a um esforço extra por parte dos estafetas. Mesmo antes destes serviços que entregam de tudo um pouco, já os restaurantes de sushi e de pizzas — aqueles que desde sempre fizeram entregas ao domicílio — aproveitavam os dias de chuva para lembrar as vantagens do serviço.

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2. Galochas

Chegar ao local de trabalho e ver pessoas à espera que as meias sequem é a prova de que ainda não é hora de trocar a bota pela sandália. Sabemos que vontade é de começar a investir na coleção de Primavera-Verão que já todas as lojas têm nas montras, mas o cenário dos próximos dias obriga a que o dinheiro guardado para os primeiros biquinis sejam aplicados em galochas. A marca de galochas Lemon Jellys lembra na sua página de Facebook que “Abril, águas mil” e a Havaianas, rapidamente percebeu que instalar-se em Portugal obriga a uma montra dividida entre chinelos e galochas.

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3. Táxis

Entre lutar contra um guarda chuva que compramos a três euros naquela loja que começa por ‘P’ e acaba em ‘ark’, ficar a ver se o autocarro da Carris realmente cumpre os horários que nos mostra na nova app, ou apanhar um taxi que passa oportunamente à porta de casa, esta última opção talvez saia vencedora. E quem diz táxis, diz serviços como a Cabify ou a Taxify, que em dias como estes tudo o que implique não apanhar chuva é bem vindo.

4. Guarda-chuvas

Ainda com toda esta panóplia de serviços de transporte à disposição, aproveitamos o facto de estarmos equipados com gabardine e guarda-chuva para apanhar o bom e velho metro.

Nos caixote do lixo da estação da Alameda amontoávam-se restos de varetas ou bocados de tecidos dos guarda-chuvas que não resistiram à mistura explosiva de chuva e vento. E como que a adivinhar este cenário, à saída da Baixa-Chiado uma fila de vendedores quase que obrigavam a que cada passageiro não saísse do metro sem forma de enfrentar a chuva. “Barato, barato”, dizem eles. Mais barato que o meu de três euros e que foi capaz de sobreviver a esta manhã? Duvido.