A série juvenil “Rebelde Way”, que estreou na SIC em 2008, chegou à OPTO, a plataforma de streaming da estação de Paço de Arcos, a 29 abril. À MAGG, Nelson Antunes, que dá vida a Manuel Guerreiro e é um dos protagonistas juntamente com Pedro Silva Lobo (Tiago Barroso), Lisa Scott (Joana Alvarenga) e Mia Rossi (Joana Anes), conta como viu esta novidade e como está a sua vida atualmente.

De Joana Alvarenga a Inês Aires Pereira. Veja como estão agora os atores de "Rebelde Way"
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Nelson Antunes, quando soube que os “Morangos com Açúcar” iriam voltar, teve “a certeza de que, eventualmente, a ‘Rebelde’ só poderia voltar”. “Desde que fiz a ‘Rebelde Way’ nunca ouvi falar, apesar de não ser uma pessoa atenta à televisão portuguesa porque não vejo, num projeto que se tenha assemelhado nem à ‘Rebelde’ nem ao target que a ‘Rebelde’ visou quanto estreou. Portanto, para mim, foi claro que mais cedo ou mais tarde, pela lógica, isto teria de acontecer”, diz.

Com a novidade de que a série juvenil iria ser exibida na OPTO, “a malta ficou completamente maluca”. “Já era de esperar, porque era para haver uma segunda série e não houve. Nós, na altura, estivemos no top de vendas desde que a ‘Rebelde’ estreou até desaparecer e, portanto, as pessoas ficaram à espera de uma digressão que não aconteceu. O feedback que eu tenho tido também dos meus colegas protagonistas é que as pessoas querem - e a nossa caixa postal está entupida de mensagens e pedidos - uma segunda temporada e os RBL [banda da série] na estrada, porque foi algo que marcou uma geração e até hoje não me recordo de nenhum projeto que tenha tido o nosso impacto”, conta, acrescentando que também gostaria que houvesse uma segunda temporada de “Rebelde Way”, já que “os fãs querem”.

Rebelde Way
Mia Rossi, Manuel Guerreiro, Lisa Scott e Pedro Silva Lobo de "Rebelde Way". créditos: Opto SIC

Nelson Antunes apresentou-se ao público no concurso de talentos “Família Superstar”, em 2007, na SIC, e uma semana depois fez o casting para a série juvenil. A maior parte do elenco de “Rebelde Way” era jovem, tal como Inês Aires Pereira, Diogo Martins, Tomás Alves, Jani Zhao, Ana Marta Ferreira e Tiago Aldeia, e o protagonista afirma que “parecia de facto o colégio Prestige”, o colégio interno de classe alta onde as personagens estudavam. “Havia mesmo essa energia juvenil no ar. Mesmo quem era mais velho acabava por incorporar, por assim dizer, uma energia mais juvenil”, recorda.

Mas, se houvesse mesmo uma segunda temporada, que rumo teria a série e a personagem Manuel Guerreiro? “Seríamos músicos e cantores, porque os RBL tiveram tanto sucesso... De alguma forma, poderíamos lecionar canto ou o Manuel poderia lecionar canto a alguns alunos na escola como disciplina, porque ele tem a paixão pelas motas, apaixona-se pela Mia e os RBL nascem. Cada personagem tinha a sua música, mas recordo-me que pelo menos havia um carinho especial do público cada vez que eu cantava ‘Marcas do Passado’ ou ‘Chegou a Hora’, porque eram os temas que toda a gente cantava quando o Manel e a Mia se beijavam”, atira.

“O Manel podia ser professor de canto, podia continuar com a sua paixão pelas motas e os RBL seriam uma das bandas mais conceituadas, porque quando nós saímos tivemos vendas superiores a 120 mil cópias e vendemos imensas platinas. A Mia não sei o que faria, provavelmente não trabalharia”, brinca, acrescentando que não manteve contacto com os restantes protagonistas e colegas da série, à exceção do ator Hélder Agapito.

"O nosso rosto ainda [está]nmuito vincado aos protagonistas da série”

Nelson Antunes considera que, o facto de a série ter continuado a passar na televisão “durante dois ou três anos e sempre em horários diferentes”, impediu a sua “continuidade como ator”. “Parece que os meus colegas, principalmente os protagonistas, também receberam esse feedback das produtoras terem algum receio de apostar em nós com o nosso rosto ainda muito vincado aos protagonistas da série”, confessa. Além disso, depois de ter feito um protagonista, Nelson também queria que o que fizesse posteriormente “fosse relevante”.

Contudo, não esconde que se apaixonou pela profissão de ator e que achou “muito interessante a história do brincar com os sentimentos”. “Sempre fiquei com a sensação de que poderia ser um caminho a seguir caso o universo me queira enviar por aí. Nós dizemos sempre que sim a ouvir as propostas e depois decidimos. Dar-me-ia muito gozo [voltar a representar], com certeza”, admite.

Nelson, que tem sido “nómada nos últimos anos” e que atualmente vive em Gibraltar, decidiu mudar-se para Londres depois da série, onde esteve de 2011 a 2013. Mais tarde, decidiu “acautelar” o seu futuro e investiu na sua profissão, a de marinheiro. “Tenho alternado isso com a minha paixão pela música. Tenho estado em estúdio a desenvolver um álbum, entretanto percebi que tinha coisas para dizer”, desvendou, adiantando que o álbum se chama “Karma” e que gostaria que este saísse ainda em 2024.

“Tenho praticamente o álbum todo escrito, metade já está gravado e, sempre que posso, tenho gravado”, diz, acrescentando que em Gibraltar tem “um projeto de música ao vivo que, felizmente, corre muito bem”.

“O álbum, neste momento, está a falar comigo e eu estou a tentar perceber exatamente qual é o meu género. Eu acho que é pop e também tem uns temas de soul music, porque é aquilo que me caracteriza e é aquilo que eu gosto mais de cantar. No fundo, aborda coisas que eu tenho vivido. Muitas das vezes são coisas que eu vivi e outras eu abordo-as de uma forma como se fossem histórias que eu poderia ter vivido e não vivi, mas não deixo de querer falar sobre elas, exatamente para marcar um determinado statement. No fundo, são coisas que eu quero dizer sobre forma de melodia e de letras”, avança.

Para Nelson, a música é “um canal”. “Eu não me sento e digo: ‘bem, preciso de fazer uma música’. Não, eu não consigo fazer isso. Em três meses posso não conseguir escrever uma música e numa semana posso fazer um EP de seis temas. Tem que ver com o meu estado de espírito, na verdade”, explica. Em fevereiro deste ano, lançou o tema "Fé", disponível do Youtube.