Em 2023, Aisha Canfield, uma mulher norte-americana, resolveu trocar a Califórnia, nos Estados Unidos, por Lisboa, capital de Portugal. Mãe solteira de duas meninas, a mais velha com 6 anos e a mais nova a pouco tempo de completar 2, a mulher cansou-se do individualismo da sociedade norte-americana, fez as malas e aterrou no nosso País.

A ideia não foi repentina, contou ao "Business Insider". "Já pensava em mudar-me para Portugal quando ainda era casada e a minha primeira filha era muito nova. O final do meu casamento e o nascimento da segunda bebé deitaram abaixo a estrutura que eu tinha, e a perda da vida como a conhecia abriram espaço para sonhar novamente", recordou Aisha Canfield à mesma publicação.

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E porquê Portugal? "Já cá tinha vindo algumas vezes e sentia-me atraída pelo valor da comunidade. Nos Estados Unidos, o individualismo que se sente torna a parentalidade muito complicada, especialmente como mãe solteira. Há uma vergonha em sermos mães sozinhas, e um enaltecer da vida profissional, onde é esperado que trabalhemos com a mesma intensidade como se não tivéssemos filhos, mas, ao mesmo tempo, é esperado que criemos as crianças como se não trabalhássemos."

Estas são as três razões que levam esta mãe solteira a acreditar que Portugal é um ótimo local para criar filhos.

1) Segurança

"Como uma mulher homossexual, queria viver num local onde tivesse direitos, comunidade e segurança", referiu Aisha Canfield, que salientou a importância de sentir que as suas filhas estão seguras nas escolas portuguesas.

"As minhas filhas poderem sentar-se numa aula e aprender sem a ameaça de serem assassinadas foi o motor para sairmos dos EUA. A mais velha tinha 4 anos e, na pré-primária, já participava em simulacros de tiroteios. A ideia de que os direitos às armas são mais importantes do que os das crianças é inconcebível", referiu a mãe.

2) As crianças estão integradas na vida dos pais

Na opinião de Aisha Canfield, os mais novos estão muito mais integrados nas rotinas dos pais portugueses do que na dos norte-americanos. "Nos EUA, os pais estão sempre a separar tudo e a tentar equilibrar a vida com e sem crianças. Em Portugal, crianças de todas as idades estão nos restaurantes com os pais durante horas, e muitos parques infantis têm quiosques onde os pais podem estar a beber algo enquanto os miúdos brincam", referiu.

3) Há uma preocupação com as famílias e entreajuda

"Em Portugal, já fui convidada para várias casas onde não é esperado que leve absolutamente nada a não ser as minhas filhas cheias de fome. Já tive pessoas a levarem-me refeições e mercearias a casa sem esperarem nada em troca. As crianças são tão respeitadas que, muitas vezes, já me deixaram passar à frente em filas de supermercado se as miúdas estão inquietas ou a fazerem uma birra", recorda Aisha Canfield.

A norte-americana também realçou as facilidades que Portugal oferece às famílias. "No aeroporto, há uma fila só para famílias. Quando os funcionários percebem que estou a viajar sozinha com duas crianças pequenas, ajudam-me com as malas", concluiu.