Os agentes da polícia britânica envolvidos na investigação do desaparecimento de Madeleine McCann foram chamados para testemunhar no julgamento do principal suspeito, o alemão Christian Brueckner. Esta é a primeira vez que os detetives da Scotland Yard, responsáveis pela Operação Grange, vão ter que revelar o que sabem sobre o caso sob juramento, ato solene pelo qual uma pessoa se obriga a dizer a verdade sobre factos relativamente aos quais vai depor.
A Operação Grange foi iniciada em 2011 pela Scotland Yard, sob pedido do então primeiro-ministro britânico David Cameron. As autoridades receberam mais de 13 milhões de libras para investigar o caso e, agora, pela primeira vez, os contribuintes vão saber mais sobre os resultados dessa investigação, quando os envolvidos aparecem no tribunal.
O detetive Mark Draycott, responsável por ter conseguido os depoimentos essenciais Helge Busching em 2017, um amigo do principal suspeito do rapto de Maddie, vai ser convocado para depor no atual julgamento de Brueckner, que também está a ser acusado de outros crimes sexuais, não relacionados com o caso da menor, diz o "Daily Mail".
Nas declarações, Busching alegou que Brueckner confessou durante um festival espanhol que Madeleine "não gritou" quando foi levada do apartamento de férias onde estava hospedada, na praia da Luz, no Algarve. Foi a partir da obtenção dessas informações que o alemão se tornou o principal suspeito do caso, especialmente depois de as condenações por violação e pedofilia na Alemanha também virem a público.
No entanto, o amigo do alemão revelou ainda mais informações perturbadoras, das quais se destacam a existência de alegados vídeos de Brueckner a levar a cabo violações, embora nunca tenha vindo a ser comprovado. Além disso, a saúde de Helge Busching, que foi diagnosticado com cancro nos intestinos, está a levantar preocupações sobre a sua capacidade de testemunhar em julgamentos futuros, avança a mesma publicação.
Christian Brueckner continua a ser o principal suspeito do caso, mas ainda não foi acusado. Está a cumprir uma pena de sete anos de prisão, mas pela violação de uma mulher americana, na Praia da Luz, em 2005. Além disso, o homem está a ser acusado de ter cometido cinco crimes, alegadamente ocorridos entre 2000 e 2017 em Portugal, incluindo violação e abuso sexual de crianças.
Quando Maddie desapareceu, com apenas 3 anos, estava a dormir no mesmo quarto dos irmãos gémeos Sean e Amelie, que recentemente completaram 19 anos. Na noite de 3 de maio de 2007, os pais encontravam-se a cerca de 55 metros de distância, num restaurante, onde tinham ido jantar com amigos. Às 22 horas, quando a mãe, Kate, foi verificar se as crianças estavam bem, Madeleine já tinha desaparecido, mas os irmãos encontravam-se a dormir.