Eram sete homens e uma mulher. A 2 de fevereiro, perto das 7h30 da manhã, os oito arrombaram a porta de casa de uma idosa, em Gondomar, e atacaram-na. Agrediram-na, raparam-lhe o cabelo, espancaram o companheiro que estava em casa e levaram duas crianças, que ali viviam com a avó, após decisão do Tribunal de Família e Menores, que lhe concedeu a guarda dos menores. Um dos agressores seria a mãe das crianças, que partilhou um vídeo nas redes sociais a vangloriar-se do ataque exibindo o cabelo da mulher que havia rapado, como troféu, e revelando detalhes do ataque.

Vejam aqui o vídeo:

Em causa estará uma disputa relacionada com uma relação que terminou em separação entre a mulher cigana e um homem que não pertence à comunidade, da qual resultaram dois filhos. Após a separação, o Tribunal determinou que os menores ficariam à guarda da avó paterna, que não é cigana, uma decisão que não foi aceite pela comunidade, que decidiu agir e levar as crianças à força.

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A mulher que aparece no vídeo, ao que tudo indica, será a mãe dos menores, que foi a casa da mãe do antigo companheiro buscar os filhos, e terá agredido violentamente a mulher. E vangloriou-se disso mesmo no vídeo. "Fui eu. Eu cortei-lhe o cabelo e dei-lhe uma grande sova. Espanquei-a toda. Ela voou da sova que levou. Pontapés, pancada por todo o lado. Foi espancada pela minha mão. Mas o senhor também foi espancado. Também levou uns estalos dos meus irmãos. Está aqui o cabelo dela. Foi dito e foi feito", pode ouvir-se no vídeo.

Após a divulgação das imagens, foi fácil à Polícia Judiciária chegar até ao grupo de agressores. Os oito foram já detidos. A mulher e sete homens, que serão todos familiares da mãe das crianças, e que têm idades entre os 24 e os 54 anos, de acordo com o comunicado da PJ.

"Os autores dos crimes, com relações de parentesco com a vítima, agrediram-nas fisicamente, cortaram o cabelo a uma delas, fizeram um vídeo e divulgaram-no nas redes sociais, fazendo alarde da sua conduta", pode ler-se no comunicado da Polícia Judiciária.

As crianças foram também resgatadas pelas autoridades e aguardam agora uma decisão para que possam ser abrigadas da forma mais segura possível. Os oito detidos, que viviam nas zonas do Grande Porto e Grande Lisboa, já foram presentes a um juiz e respondem pelas suspeitas dos crimes de rapto, ofensa à integridade física, roubo praticado com armas de fogo, coação e pose de arma proibida. Vários dos detidos têm já antecedentes criminais, precisamente por crimes contra pessoas e propriedade.